Organização para a Proibição de Armas Químicas leva o Nobel da Paz

Bandeira branca – No topo das apostas sobre quem levaria o Prêmio Nobel da Paz deste ano estava a jovem paquistanesa Malala Yousafzai, mas, como sempre acontece nessa premiação, a lógica não prevaleceu. Levou o prêmio a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), instituição que recentemente assumiu a missão de destruir o arsenal químico do ditador sírio Bashar al-Assad.

De acordo com o comitê do Nobel, chefiado pelo turco Thorbjørn Jagland, a Opaq foi escolhida pelo seu esforço para acabar com as armas químicas em todo o planeta. “Os recentes acontecimentos na Síria, onde as armas químicas foram novamente colocadas em uso, enfatizam a necessidade de aumentar os esforços para acabar com essas armas”, destaca trecho do anúncio desta sexta-feira (11).

Criada em 1997, a Opaq já realizou mais de 5 mil inspeções em 86 países e fiscalizou a destruição de 57.740 toneladas métricas de armas químicas, o que corresponde a 81,1% do total dos estoques de armas químicas declarados pelos países. A Opaq conta com menos de 500 funcionários e, em 2011, teve um orçamento de aproximadamente € 74 milhões (R$ 218 milhões).

O diretor-geral da Opaq, Ahmet Uzumcu, mostrou-se “surpreso” com a escolha do Nobel, afirmando que o resultado deve servir de inspiração para a constante busca pela segurança e a paz. Ressaltou Uzucu que o Nobel serve como importante incentivo para o fim da guerra civil Síria. “Eu realmente espero que este prêmio ajude nos esforços mais amplos para alcançar a paz no país e a acabar com o sofrimento de sua população”, disse.

Em 2002, o brasileiro José Maurício Bustani, hoje embaixador do Brasil na França, foi destituído da presidência da Opaq por pressão dos EUA.

Em comunicado, o comitê do Nobel alertou que os Estados Unidos e a Rússia não cumpriram a meta de eliminar suas armas químicas até abril de 2012. Os dois países ainda detêm, respectivamente, 10% e 30% de seu arsenal.