Sem capital, Petrobras será “laranja” das estatais chinesas de petróleo, afirma Ronaldo Caiado

Tudo combinado – Na opinião do líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Ronaldo Caiado (GO), o leilão do Campo de Libra, realizado na tarde desta segunda-feira (21), foi um jogo de cartas marcadas. A exploração do maior campo da camada pré-sal – com potencial de 8 a 12 bilhões de barris de petróleo – será feita pelo consórcio único inscrito na disputa formado por duas estatais chinesas (CNOOC e CNPC) e duas empresas privadas europeias (Shell e Total), além da própria Petrobras.

“Esse leilão ficou caracterizado que a Petrobras está servindo de empresa laranja. Como uma empresa com dívida de R$ 176 bilhões vai arcar com um bônus de assinatura de R$ 6 bilhões e com os investimentos para implantação das plataformas? A estatal tem hoje preço de mercado quatro vezes menor que tinha há 10 anos. Não tem capital para esse investimento”, afirma.

Com produção estagnada desde 2009, interferências políticas desastrosas para a empresa e prejuízos por causa do aumento da importação de combustíveis e bloqueio do preço da gasolina, a Petrobras está descapitalizada. Fora isso, a dívida da empresa saltou de R$ 94 bilhões, em 2010, para R$ 200 bilhões em 2013. O problema torna-se ainda maior porque a petroleira nacional está com a capacidade de geração de caixa comprometida, o que reflete em seu cronograma de investimentos, principalmente no setor produtivo, fixado em US$ 236 bilhões.

“A Petrobras vai ser laranja das chinesas que já aportaram recursos para a empresa brasileira. A estatal brasileira vai apenas repor com petróleo como já vem fazendo”, complementa Caiado que na última quinta-feira (17/10) fez o alerta sobre o risco de deixar uma área estratégica para o País em mãos das estatais chinesas.