Acidente nuclear de Fukushima provoca uma morte por dia, afirma pesquisador japonês

Efeito cascata – Pelo menos uma pessoa morre por dia em decorrência do acidente nuclear de Fukushima, no Japão, principalmente por causa de efeitos psicológicos e físicos, informou nesta segunda-feira (28) o ex-presidente do Comitê de Investigação do Acidente na Usina de Fukushima, Yotaro Hatamura. De acordo com o ex-presidente do comitê, 180 pessoas morreram nos últimos seis meses devido ao acidente ocorrido em março de 2011, na esteira de um terremoto seguido de tsunami.

Para Hatamura, também pesquisador e professor universitário, a crise nuclear no país tem causado estresse, ansiedade e perturbações psicológicas, que, em muitos casos, são piores do que um dano físico. Outro impacto que tem afetado muito a população é a retirada das famílias de suas casas, o que gera mudanças repentinas. Estima-se que mais de 150 mil pessoas tenham sido removidas de seus lares.

“Não se sabe quando parará de morrer gente, tampouco todos os efeitos que o acidente terá na saúde das pessoas” disse Hatamura. Ele acredita que as autoridades japonesas têm se concentrado mais em trabalhar dentro da central do que para resolver as consequências que o acidente teve fora da área diretamente atingida.

O relatório do Comitê de Investigação determinou que a central nuclear japonesa não tinha planos de emergência, assim como não estava preparada para reagir a um acidente de grandes proporções. De acordo com o ex-presidente do comitê, a má gestão do acidente é uma das causas da contaminação continuada. Recentemente, a passagem de um tufão pela região, no Nordeste do país, causou vazamentos nos tanques de contenção de água contaminada. Houve suspeita de que o solo teria sido contaminado.

Em março de 2011, um terremoto seguido de tsunami atingiu o Japão, causando explosões e vazamentos na região da usina. Áreas inteiras precisaram ser esvaziadas, produtos da região foram proibidos para comercialização e o governo manteve o alerta. Na época acidente geológico, o sistema de resfriamento dos reatores foi paralisado, fazendo com que três deles derretessem. Atualmente, o maior desafio da empresa Tokyo Electric Power (Tepco) é armazenar a grande quantidade de água usada para resfriar os reatores, que com certa frequência vaza e alcança o Oceano Pacífico. (Com informações do Diário Digital e da Agência Lusa)