Sol quadrado – Com uniforme de presidiário, algemado e com a cabeça raspada, o ex-assessor especial da ministra Gleisi Hoffmann (PT) na Casa Civil, Eduardo Gaievski, chegou na, manhã desta quinta-feira (21), ao Fórum da Comarca de Realeza, onde acontece a primeira audiência de instrução e julgamento. Serão ouvidas ao todo dez testemunhas de defesa e vinte de acusação. Pelo número de testemunhas e de crimes de que Gaievski é acusado (38), a audiência pode avançar noite adentro e prosseguir na sexta-feira.
O ex-assessor de Gleisi, encarregado das políticas do governo federal relativas a menores, foi denunciado em agosto passado pelo Ministério Público por estupro de vulnerável (menores de 14 anos), estupro qualificado e assédio sexual e crime de responsabilidade. Todos os crimes ocorreram entre 2008 e 2009, período em que Gaievski foi prefeito de Realeza.
De acordo com o promotor de Justiça Raphael Fleury Rocha, esta é a oportunidade para a produção de provas, com os depoimentos das testemunhas tanto de defesa de Gaievski quanto as arroladas pelo Ministério Público. O acusado também será ouvido. “Pela quantidade de testemunhas, pode ser que a audiência não seja finalizada nesta quinta-feira, ou prossiga durante a noite e madrugada”, avalia o promotor Rocha.
Gaievski foi preso em agosto, em Foz do Iguaçu, quando tentava fugir para o Paraguai, e transferido para Curitiba. Também corre na Justiça ação contra o filho do pedófilo e o ex-secretário de Administração da prefeitura petista de Realeza, Fernandes Borges, e dois irmãos de Gaievski. Os primeiros foram presos em flagrante quando coagiam e subornavam testemunhas para que mudassem depoimentos que comprometiam o ex-braço direito de Gleisi. André Willian Gaievski, filho de Eduardo, e o advogado Fernandes da Silva Borges estão presos. Os irmãos do acusado continuam foragidos. Já foram oferecidas denúncias contra os quatro suspeitos.
