Renan abusou da imoralidade ao usar jato oficial, mas aciona a FAB para saber se errou

renan_calheiros_25Óleo de peroba – Presidente do Senado Federal, Renan Calheiros submeteu-se recentemente a cirurgia para implante capilar, mas o que o alagoano deveria ter feito é dar um polimento em sua face lenhosa, típica na maioria dos políticos brasileiros, que sempre zombam dos eleitores.

Na última quarta-feira (18), Renan usou um avião da Força Aérea Brasileira para ir à capital pernambucana, onde foi realizada a tal cirurgia, mas no informe enviado à FAB consta que a viagem era a serviço. Rubrica que permite que algumas autoridades solicitem aeronaves oficiais para deslocamentos.

Com a divulgação da viagem ao Recife na imprensa, Renan Calheiros informou que pagaria os custos pelo uso do jato da FAB, se ficasse comprovado que cometera alguma transgressão. Nesta segunda-feira (23), o presidente do Senado enviou ofício ao comandante da FAB, brigadeiro Juniti Saito, para saber se de fato cometera alguma “impropriedade” ao usar jato oficial para uma viagem de caráter claramente particular.

De acordo com o decreto presidencial nº 4.244, de 2002, autoridades, como ministros de Estado e o presidente do Senado, podem viajar em aviões da FAB nas seguintes circunstâncias: por motivo de segurança e emergência médica; em viagens a serviço; e em deslocamentos para o local de residência permanente. A residência permanente de Renan Calheiros fica em Maceió.

Renan Calheiros é um abusado conhecido que adora posar de vítima, dependendo das circunstâncias. Essa falsa inocência do presidente do Senado não combina com um currículo canhestro e que dispensa maiores apresentações. Considerando que ninguém chega à presidência do Senado Federal por ser inocente, Renan por certo sabe a diferença entre “impropriedade” e imoralidade. Usar um jato da Força Aérea Brasileira para tal fim é um escárnio sem precedentes.

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O senador está disposto, se for o caso, a reembolsar os cofres da União no valor correspondente aos custos da viagem, mas não é assim que a conta deve ser feita. Renan precisa pagar à União o valor referente ao fretamento de uma aeronave semelhante à disponibilizada pela FAB.

Aliás, o partido de Renan Calheiros, o PMDB, é recheado de políticos obcecados por aeronaves oficiais ou de terceiros. O governador do Rio de Janeiro, o fanfarrão Sérgio Cabral Filho, usa o helicóptero oficial para ir com a família para a casa de veraneio. Nada de anormal, se o helicóptero não fizesse várias viagens nos finais de semana para buscar a manicure da primeira-dama ou para compras em supermercados da capital fluminense.

Outro peemedebista que adora um jatinho é Wagner Rossi, ex-ministro da Agricultura que acabou apeado do cargo por ter viajado de carona no avião de um empresário do agronegócio e que tinha interesses na pasta. O Brasil vive uma profunda crise de moralidade, sem que a população perceba o perigo que isso significa. Políticos como Renan Calheiros e Sérgio Cabral já deveriam ter perdido os respectivos mandatos por causas das barbaridades que cometem.

Calheiros ainda deve explicações sobre as vacas sagradas que foram vendidas para “pagar” as contas da sua ex-amante, Mônica Veloso, enquanto Cabral Filho continua sem esclarecer as farras parisienses patrocinadas pelo empresário Fernando Cavendish, alvo principal e protegido da CPI do Cachoeira. Em países onde a democracia é levada a sério e respeitada por todos os cidadãos, Renan e Cabral já estariam presos.