Insatisfeito com a reforma ministerial, PMDB da Câmara decide devolver dois ministérios a Dilma

(Jorge Araújo - Folhapress)
(Jorge Araújo – Folhapress)
Queda de braços – O projeto de reeleição de Dilma Vana Rousseff começa a enfrentar problemas. A bancada do PMDB na Câmara dos Deputados não concordou com a postura da presidente em relação ao partido na reforma ministerial e decidiu entregar duas pastas. Os atuais ministros do Turismo e da Agricultura, Gastão Vieira (MA) e Antonio Andrade (MG), respectivamente, devem deixar os cargos nos próximos dias, até porque concorrerão às eleições de outubro próximo.

Os peemedebistas da Câmara informaram que a bancada deve divulgar em breve uma nota sobre a decisão que deixará “à vontade” para definir os sucessores, “de acordo com as conveniências e eleitorais”.

De acordo com o vice-líder do PMDB na Casa, deputado federal Danilo Forte (CE), a entrega dos ministérios não significa obrigatoriamente que o partido fará oposição ao governo petista no plenário da Câmara, mas a legenda tem um histórico de agir apenas de acordo com os próprios interesses. Sem contar que nos bastidores da política o jogo é pesado e gira em torno do escambo. O atenuante nesse caso é que o vice-presidente da República, Michel Temer, é do PMDB e será poupado de constrangimentos. “Não dá para enforcar o Michel [Temer], mas não precisamos de ministérios que na prática nunca foram nossos”, declarou.

A eventual reeleição de Dilma Rousseff, que por enquanto os institutos de pesquisa dão como certa, passa necessariamente por uma aliança com o PMDB, sem a qual a candidatura presidencial petista perde muito em termos de tempo de rádio e televisão, sem contar o apoio político em muitos estados. O impasse está apenas começando, mas o PMDB continua insistindo em ocupar o Ministério de Integração Nacional. O partido levou alguns nomes à presidente, todos vetados.

A insatisfação do PMDB se arrasta, mas Dilma acenou com a possibilidade de entregar a pasta da Integração Nacional desde que o indicado ao cargo fosse o senador Eunício Oliveira (CE). A ideia da presidente é tirar Eunício da disputa pelo governo do Ceará, o que facilitaria uma aliança do PT com o PROS, partido novo que abriga os irmãos Ciro e Cid Gomes. Acontece que Eunício Oliveira continua firme em seu propósito de governar o estado nordestino.