FHC fala sobre os 20 anos do Plano Real, mas tropa de choque do PT reage e tenta pegar carona

fhc_16Tropa de choque – Como era de se esperar, o PT arrumou um jeito de faturar politicamente no vácuo da solenidade realizada no Senado Federal em comemoração aos 20 anos do Plano Real, que conseguiu livrar o Brasil da herança maldita deixada por José Sarney, cujo sucessor, Fernando Collor, não conseguiu debelar – a inflação galopante.

Senador pelo PT do Acre, Aníbal Diniz subiu à tribuna do Senado, após o evento, e afirmou que o Plano Real foi uma conquista do povo brasileiro, como se os petistas não tivessem criticado duramente a ação do governo da época para derrotar a inflação e a indexação da economia. O senador acreano destacou que a fala de Fernando Henrique Cardoso foi importante, pois o ex-presidente afirmou que o Brasil de hoje é muito melhor do que aquele que ele deixou.

Sobre o tema, FHC, ao comentar artigo do ex-presidente Lula publicado nesta terça-feira (25) no jornal “Valor Econômico”, o tucano concordou com o petista no que diz respeito à melhoria do Brasil. Contudo, FHC disse que “o presidente Lula sempre faz uma comparação como se a história começasse com ele”. “Ele (Lula) disse que a inflação em 2002 era de 12% e agora é de 6%. Só que, em 2002, a inflação era dele. Nós derrubamos de quando era 40% ao mês”.

Só mesmo um oportunista, como é o caso de Aníbal Diniz, pode afirmar, depois de uma década de lambanças, que a economia e o País estão melhores. O PT conseguiu, ao longo de pouco mais de treze anos, destruir o que os brasileiros construíram a duras penas. A economia nacional só resistiu a esse período de irresponsabilidades porque os fundamentos do Plano Real continuam sólidos, apesar da necessidade de ajustes e mudanças, como afirmou FHC em seu discurso. Os economistas que participaram da elaboração do Plano Real participaram do evento no Senado, exceto o ex-ministro e ex-governador José Serra.

É preciso mudar

Ao discursar, Fernando Henrique avaliou o momento atual da economia brasileira e ponderou que o Brasil precisa de mudanças. “A partir de certo momento, tem fadiga de material. Eu sofri essa fadiga quando estava no governo. Agora, tem fadiga de material: ‘De novo o mesmo, meu Deus?’. O Brasil é um país novo, precisa de sentir ventos novos”, disse o tucano.

Candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, o senador Aécio Neves adotou um discurso mais ácido, típico de campanha, e não poupou o governo petista de críticas. “Os doze anos de governo do PT levaram o Brasil a estar hoje mergulhado em ambiente de desesperança e descrença do futuro”. “De tijolo sólido, viramos hoje frágil economia. (…) Quem suceder ao atual governo, governará em tempos difíceis até o país recuperar o entusiasmo num futuro melhor.”

Sobre o plano Real, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso discorreu sobre as resistências que sofreu por ocasião da implantação do Plano Real. “Cheguei até a pedir demissão no dia 27, na véspera, porque havia tanta resistência de ministros que não entendiam o processo, mas o presidente Itamar [Franco] foi firme, aliás, o presidente Itamar foi sempre firme”, declarou.

Sobre o futuro, Fernando Henrique mostrou-se otimista e esperançoso ao afirmar que o Brasil tem condições de virar o jogo na seara da competitividade, mas que no momento a situação é de desvantagem. “A tributação é muito elevada, as estradas ruins, os portos, ruins, encarece a produção. Isso tudo tem que ser enfrentado. Dá para enfrentar? Dá. Vamos enfrentar”, finalizou.

Aladim de camelô

O espetáculo pífio da missa encomendada pelo Palácio do Planalto ficou por conta da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que continua devendo explicações sobre o pedófilo que a assessorou na Casa Civil. Gleisi ocupou a tribuna do Senado para defender o seu partido e reforçar a tese boquirrota da herança maldita.

A economia brasileira está arruinada, mas a senadora petista insistiu em salientar o atual volume de reservas do País. O que mostra que Gleisi nada entende de economia e por isso não pode governar o Paraná, um dos mais importantes estados brasileiros. Só faltou a senadora petista dizer que Lula, além de ser Deus, é a reencarnação de Pedro Álvares Cabral, pois coube a ele, o ex-metalúrgico, descobrir o Brasil.