Jazz Sinfônica abre a temporada de 2014, em São Paulo, com o “nuevo tango” de Astor Piazzolla

astor_piazzolla_01Todos a postos – A força da harmonia carnavalesca abre espaço para o ritmo portenho de Astor Piazzolla. Em única apresentação, no sábado, 8 de março, na Sala São Paulo, a Jazz Sinfônica abre a temporada 2014 da Série Fronteiras. “Depois do carnaval vem a quaresma, tempo de introspecção. Em sintonia com esse período, a Orquestra escolheu a música de Piazzolla para igualmente nos fazer refletir”, define o maestro João Maurício Galindo, regente titular e diretor artístico da orquestra

O compositor argentino deu projeção à música de sua terra natal em performances inesquecíveis. Sempre acompanhado de seu bandoneon, do qual era exímio tocador, o músico traçou uma carreira sublime e também focada na fronteira entre o popular e o erudito, característica fundamental na trajetória da Jazz Sinfônica.

O repertório inicia com “Fuga IX”, magistral composição do “nuevo tango”, fase que inaugura com Piazzolla a modernização do estilo. Em As Quatro Estações Portenhas, todas as habilidades são testadas nos movimentos de alternância rítmica deste tango. Com arranjos de Rodrigo Morte, ex-aluno de Cyro Pereira e principal arranjador da Jazz, a performance de “Bordel 1900: Excerto” traz ao palco a paixão latina.

Destaque para “Adiós, Nonino”, peça icônica de Piazzolla. Neste tango, que, paradoxalmente, impede a dança em seus movimentos iniciais, o compositor imprime o sentimento de perda de seu pai no que é considerada uma de suas composições mais melancólicas, apaixonadas e ousadas.

O concerto fecha com “Anos de Solidão”, canção na qual Piazzolla e Gerry Mulligan transformaram em melodia as raízes da sensualidade, do despojamento e sentimento humano. “A música é a arte mais direta, entra pelo ouvido e vai ao coração. É a língua universal da humanidade.”, dizia Piazzolla.

Programa

Fuga IX
arr. Nélson Ayres

As Quatro Estações Portenhas
arr. Cyro Pereira

Bordel 1900: Excerto
arr. Rodrigo Morte

Milonga Del Angel
arr. Cyro Pereira

Libertango
arr. Bel Rebelo

Marron e Azul
arr. Cyro Pereira

Oblivion
arr. Cyro Pereira

Fuga y Misterio
arr. Marcelo Ghelfi

Nostalgias
arr. Pablo Ziegler

Adiós, Nonino
arr. Cyro Pereira

Anos de Solidão
arr. Edmundo Villani-Côrtes

Série Fronteiras

Regência: João Maurício Galindo
Sábado, dia 8 de março, às 21h, na Sala São Paulo

Endereço: Praça Júlio Prestes, nº 16

Ingressos: R$ 20.00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada)
Bilheteria da Sala São Paulo – Informações: Tel.: (11)3223 3966
Ingresso Rápido: www.ingressorapido.com.br – Tel.: 4003-1212. De segunda a sábado das 9h às 22h e domingos e feriados das 12h às 20h.

Sobre a Jazz Sinfônica

Criada em 1990, pela Secretaria de Estado da Cultura, a Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo se propõe a dar um tratamento sinfônico à música popular brasileira e universal. Sua formação é bastante singular, pois une a orquestra nos moldes eruditos a uma big band de jazz, produzindo uma sonoridade ímpar. Esta característica tem lhe conferido protagonismo na criação de uma nova estética orquestral brasileira.

Quem teve a primazia de transpor as melodias populares de compositores como Luiz Gonzaga, Tom Jobim ou Pixinguinha para a grandiosidade do som sinfônico foi Cyro Pereira, o grande maestro dos Festivais da Record da década de 60 e fundador da orquestra. Ele criou o repertório fundamental da orquestra.

Depois dele, a Jazz Sinfônica formou uma equipe de orquestradores de excelência, que trabalham diariamente para a formação do seu repertório. A lista de músicos brasileiros e internacionais que já dividiram o palco com a Jazz Sinfônica é imensa: Tom Jobim, Gal Costa, João Bosco, Diane Schuur, Dee Dee Bridgewater, Paquito D’Rivera, entre muitos outros.

O diretor artístico e regente titular da Jazz Sinfônica é João Maurício Galindo e Fábio Prado é seu regente adjunto. Desde janeiro de 2012, a orquestra é administrada pela Organização Social de Cultura Instituto Pensarte.