Agência de aviação dos EUA alertou sobre defeitos em Boeings 777

(Reuters)
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Lenha na fogueira – Engrossando o cipoal de especulações sobre o destino do voo MH370 da Malaysia Airlines, a agência de notícias AFP divulgou nesta quarta-feira (12) que, em setembro de 2013, a agência norte-americana Federal Aviation Administration (FAA) alertara sobre o perigo de “fissuras e corrosão” nos aviões da família Boeing 777.

As falhas poderiam causar uma “queda de pressão súbita” na cabine ou mesmo a “ruptura” da aeronave em pleno ar, segundo consta de uma diretriz da FAA, que ,no entanto, só foi publicada em 5 de março último, ou seja, três dias antes da possível tragédia sobre o Mar do Sul da China.

Também nesta quarta-feira, autoridades malaias de aviação e transportes concederam uma coletiva de imprensa em Kuala Lumpur a fim de comunicar os resultados mais recentes das investigações sobre o desaparecimento do aparelho que se dirigia de Kuala Lumpur para Pequim.

Segundo o comandante-chefe da Força Aérea Real Malaia (RMAF), general Rodzali Daud, radares militares detectaram um objeto voador não identificado no norte do Estreito de Malaca às 2h15m (hora local) do sábado, portanto cerca de uma hora após o Boeing 777-200 com 227 passageiros e 12 ocupantes ter sumido das telas do controle de tráfego aéreo.

Rodzali acentuou que o registro de radar ainda está sendo estudado, e não é ainda possível afirmar nem excluir que se tratasse da aeronave procurada. No entanto, como o local citado fica a centenas de quilômetros do local da perda de contato, o raio da busca foi ampliado até o Mar de Andaman, ao norte da Indonésia, para onde o Estreito de Malaca flui.

Autoridades defendem política de investigações

No quinto dia desde as primeiras notícias do incidente, a política de informação, tanto da companhia aérea Malaysia Airlines como das autoridades nacionais, tem estado sob a mira crescente de críticas locais e internacionais, após uma série de declarações vagas e conflitantes a respeito do possível destino do voo MH370 e das circunstâncias envolvendo o sumiço.

Confrontado durante a coletiva na capital malaia com a pergunta se as buscas não já teriam fracassado, o ministro dos Transportes Hishammuddin Hussein rebateu, de forma perplexa, que “só é confusão se os senhores quiserem ver como confusão”.

“Não acho que seja uma questão de caos. Há muitas especulações a que nós respondemos nestes últimos dias”, justificou-se Hussein, assegurando que a Malásia “nunca vai perder a esperança” de encontrar os 239 ocupantes.

Azharuddin Abdul Rahman, diretor do Departamento de Aviação Civil da Malásia, reforçou: “Ainda estamos realizando operações de busca e resgate, e ainda temos esperanças.” Por outro lado “as chances de sobrevivência dependem de numerosos critérios, pois não sabemos onde a aeronave se encontra.”

Impasse nas investigações

Até o momento, a busca pelo avião vem envolvendo a Marinha e a Aeronáutica de 12 diferentes países e se concentra na área do Mar do Sul da China ao largo da costa vietnamita, onde ocorreu o último contato com o voo MH370.

Parte dos especialistas acredita que a causa do mistério foi um evento catastrófico durante o trajeto, como uma explosão, falha de turbinas, turbulência extrema ou mesmo suicídio.

Até a terça-feira, a presença a bordo de dois passageiros com passaportes roubados vinha alimentando temores de um atentado terrorista. Porém, a Interpol praticamente descartou a hipótese, ao constatar que os iranianos se encontravam a caminho da Europa para possivelmente buscar asilo com o auxílio de uma quadrilha de contrabando humano. (Com agências internacionais)