Dilma é responsável por compra de refinaria texana “por culpa ou dolo”, afirma Roberto Freire

(Jorge Araújo - Folhapress)
(Jorge Araújo – Folhapress)
Olho do furacão – Presidente nacional do PPS, o deputado federal Roberto Freire (SP) responsabilizou a presidente Dilma Rousseff pela compra da refinaria de Pasadena (Texas), pela Petrobras, “seja por culpa ou por dolo”. Na avaliação do parlamentar, a aquisição “foi uma das maiores negociatas de toda a história do país”.

Roberto Freire lembra que, em 2006, Dilma era ministra-chefe da Casa Civil e presidente do Conselho Administrativo da Petrobras e deu parecer favorável ao prosseguimento das negociações que culminaram com a aquisição da obsoleta refinaria texana. “Agora, tantos anos depois, ela aparece responsabilizando um parecer técnico que classificou de falho. Se houve falha, é culpa dela, mas pode ter havido dolo e aí é preciso investigar exaustivamente”.

Documentos até então inéditos, apresentados pelo jornal “O Estado de S. Paulo” na quarta-feira (19), revelam a posição da presidente em relação à compra na época. Dilma se justificou ao jornal afirmando que recebeu “informações incompletas” de um parecer “técnica e juridicamente falho”. Ou seja, Dilma reconheceu oficialmente que é incompetente, contrariando o folclore de que é uma especialista na área de minas e energia.

A aquisição da refinaria é alvo de investigações da Polícia Federal, Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal e Congresso Nacional por suspeita de superfaturamento e evasão de divisas. A refinaria custou ao Brasil R$ 360 milhões em um primeiro momento.

Com esse desembolso, a Petrobras passou deter 50% do empreendimento. A unidade inteira havia sido adquirida, um ano antes, pela empresa belga Astra Oil por US$ 42,5 milhões. A planta comprada pela estatal brasileira já era considerada obsoleta.

Depois, por causa de cláusulas do contrato, a Petrobras se viu obrigada a ficar com 100% da unidade, antes compartilhada com a empresa belga. Acabou desembolsando US$ 1,18 bilhão – cerca R$ 2,76 bilhões. Quando tentou vender a refinaria, a estatal recebeu oferta máxima de US$ 180 milhões e não fechou o negócio.