Pesquisa não consegue esconder os efeitos da crise enfrentada por Dilma e popularidade despenca

dilma_rousseff_427Efeito retardado – Quando a realidade começa a dar sinais de que camuflagens de encomenda são inviáveis, os institutos de pesquisa se deparam com a necessidade de revelar a verdade. De acordo com os resultados de pesquisa Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a avaliação positiva do governo da presidente Dilma Vana Rousseff caiu de 43% para 36%, na comparação com dezembro de 2013.

Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira (27), no mesmo período o índice dos que consideram regular o governo da petista oscilou dentro da margem de erro, saltando de 35% para 36%, Contudo, os que avaliam o governo como ruim ou péssimo subiu de 20% para 27%.

Trata-se da primeira vez, desde julho do ano passado, que Dilma interrompe a curva ascendente de avaliação positiva. Na ocasião, logo após os protestos que tomaram as ruas do País, a presidente registrou 31% de avaliação positiva. Em dezembro passado, a avaliação positiva do governo Dilma subiu de 37% (setembro) para 43%.

O contingente de entrevistados que aprovam a forma de governar de Dilma Rousseff caiu de 56% para 51%. Ao mesmo tempo, os que desaprovam a atual maneira da presidente governar subiram de 36% para 43%.

A pesquisa em questão foi realizada entre os dias 14 e 17 de março, sendo que o Ibope ouviu 2.002 eleitores em 141 cidades brasileiras. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Como sempre afirma o ucho.info, pesquisas de opinião em ano eleitoral são no mínimo duvidosas. Principalmente quando o partido que está no poder é maior cliente do instituto de pesquisa no restante do tempo e sonha com a reeleição. Em um país com mais de 140 milhões de eleitores, sendo que desse total 60% não votaram em Dilma, colher a opinião de 2.002 pessoas é querer esconder a verdade. De igual modo é temerário aplicar a pesquisa em apenas 141 cidades, enquanto o País tem 5.570 municípios.

Os resultados da pesquisa Ibope, quando analisados nas entrelinhas, mostram que não apenas acendeu a luz vermelha no Palácio do Planalto, mas a sirene está tocando no gabinete de Dilma Rousseff. É o que se pode chamar de incêndio político-eleitoral.

É importante lembrar que no momento em que tentava defender o governo e a presidente das acusações decorrentes do Pasadenagate, a tropa de choque palaciana já conhecia os resultados da pesquisa, assim como previu o estrago que uma CPI provocará na credibilidade do governo, sabidamente incompetente, corrupto e paralisado. Por isso, a essa altura dos acontecimentos é temeroso falar em vitória de Dilma no primeiro turno da corrida presidencial. No caso de segundo turno, a presidente corre o sério risco de tropeçar nas urnas.