Crime fiscal do Barcelona e possibilidade de novas confusões rondam a área do atacante Neymar

(Jefferson Andrade - Vipcomm)
(Jefferson Andrade – Vipcomm)
Marca do pênalti – Autoridades espanholas precisaram de apenas quatro meses para concluir que houve um enorme truque financeiro na contratação do atacante Neymar pelo FC Barcelona, informou a rádio catalã “Cadena SER”.

O juiz Pablo Ruz considerou que o Barça cometeu fraude fiscal de € 9 milhões (R$ 27,7 milhões) na contratação do ex-jogador do Santos Futebol Clube, por causa da divergência entre o valor divulgado do negócio e o montante pago às partes envolvidas no negócio. Ruz acabou concordando com a denúncia do Ministério Público espanhol, que levou em consideração o total de € 37,9 milhões (R$ 116,8 milhões) pagos pelo passe do atleta jogador – o adiantamento de € 10 milhões (R$ 30,8 milhões) em 2011 e o restante, € 27,9 milhões (R$ 86 milhões), em 2013.

O magistrado formou sua opinião com base em informe detalhado da Agência Tributária espanhola, devendo em breve tornar pública sua conclusão sobre o caso. A partir de então, a Receita Federal da Espanha poderá responsabilizar o clube, na condição de pessoa jurídica, assim como Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona e que renunciou ao cargo em janeiro passado após surgirem as primeiras fumaças do imbróglio.

Semanas depois, mais precisamente em fevereiro, Barcelona providenciou um pagamento adicional chegou a fazer um pagamento adicional à Receita Federal espanhola, no valor de € 13,5 milhões (R$ 41,6 milhões), nove meses após a contratação, como forma de minimizar possíveis interpretações que a Justiça do país europeu poderia ter diante dos contratos com o jogador. Mesmo assim, o clube destacou que a medida não era uma confissão de culpa.

O caso tornou-se ainda mais rumoroso quando os cartolas do Barcelona decidiram alterar o valor da transação, incluindo na conta bônus por assinatura, direitos de marketing e acordo de prioridade por promessas do Santos FC. Com isso, o valor final da contratação de Neymar saltou de pouco mais de € 57,1 milhões (R$176 milhões) para € 86,2 milhões (R$ 265,6 milhões).

Foi o suficiente para que a confusão atravessasse o Oceano Atlântico e atracasse no porto de Santos. Não demorou muito e a Receita Federal brasileira mergulhou ainda mais no caso, pois se o valor da contratação foi acima do anunciado oficialmente, alguém recebeu a diferença em dinheiro. É exatamente isso que o Leão verde-louro quer descobrir.

Há dias, em São Paulo, a Receita Federal resolveu dissecar o caso que pode levar o principal jogador da seleção a ter problemas com o fisco e a Justiça brasileira. Isso porque se a diferença entre o valor anunciado e o montante pago acabou em algum paraíso fiscal, a situação do jogador deverá se complicar sobremaneira. Na alça de mira também está o pai do jogador, que é seu empresário. O mais interessante nessa história é que a diretoria do Santos FC, que nos primeiros capítulos da confusão prometeu recorrer à Justiça, simplesmente adotou silêncio obsequioso.

Esperança da seleção brasileira para conquistar a Copa do Mundo, que começa no próximo dia 12 de junho, na capital paulista, Neymar é cercado por assessores, que cuidam dos detalhes dos negócios do atleta. Acontece que há muito mais confusão na seara do jogador do que a vã filosofia imagina. Quando a primeira bomba explodir será tarde demais para lamentar ou tentar remediar. Será marca do pênalti na certa, quiçá não seja cartão vermelho.

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