Antes da confirmação, ainda na noite de domingo (29), especulava-se que o escolhido seria mesmo Aloysio Nunes. A justificativa de que a escolha poderá unir o tucanato paulista em torno da candidatura de Aécio é um equívoco enorme. Até porque, o PSDB de São Paulo nasceu rachado e assim chegará ao seu último dia.
Outra alegação que surgiu no cenário político é Aloysio Nunes é ligado a José Serra. Isso pouco resolve, porque Serra é um conhecido desagregador. Além de ainda não ter digerido o fato de Aécio não ter apoiado a sua candidatura ao Planalto em 2010.
A grande questão que recobre a escolha feita por Aécio é que o senador Aloysio Nunes Ferreira não empolga e dificilmente será um catalisador de votos para a campanha tucana. Somente quem não conhece a política de São Paulo é capaz de acreditar em desculpa dessa natureza. Não custa lembrar que Aloysio só foi eleito senador em 2010 porque o ex-governador Orestes Quércia, à época internado para tratamento de um câncer, pediu à sua filha que ocupasse o horário político-eleitoral do PMDB e em seu nome pedisse para que os eleitores votassem no candidato do PSDB.
É verdade que Aloysio Nunes tem um discurso oposicionista elegante e cumpre o que combina com seus pares no Senado, mas em uma campanha cujo principal adversário é o PT esse comportamento cavalheiresco pouco conta. Afinal, os petistas sequer sabem o que isso significa.
Em suma, Aécio Neves perdeu a grande oportunidade de escolher um parceiro de eleição que agregasse política e eleitoralmente, mas o senador mineiro preferiu ouvir os conselhos de Fernando Henrique Cardoso, que ao não conseguir emplacar Tasso Jereissati como candidato a vice passou a trabalhar por Aloysio Nunes. O também senador Alvaro Dias, do Paraná, deveria ter sido escolhido para ser candidato a vice na chapa tucana, pois faz implacável e reconhecida oposição ao governo do PT, além de ser conhecido nacionalmente, o que em termos eleitorais representa muito em um país com dimensões continentais.
