Inflação registra leve recuo em junho, mas Dilma insiste no consumo interno para reverter a crise

inflacao_25Fórmula errada – Como antecipou o ucho.info na edição de segunda-feira (7), a inflação de junho perdeu força e ficou em 0,4%, contra 0,46% do mês anterior. Apesar desse pequeno recuo, no acumulado de doze meses o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) bateu na casa de 6,52%, ultrapassando o teto (6,5%) do programa de metas de inflação estabelecido pelo desgoverno de Dilma Rousseff.

Com o IPCA de junho, a inflação oficial fechou o primeiro semestre deste ano em 3,75%, índice superior ao registrado há um ano, 3,15%. Em junho de 2013, o IPCA ficou em 0,26%. No segundo semestre, como sempre acontece todos os anos, a inflação deve aumentar.

“Esse resultado [de junho] é bastante peculiar, porque a maioria dos grupos de produtos e serviços pesquisados perdeu fôlego em relação ao mês anterior, especialmente o grupo dos alimentos, que chegou a apresentar uma pequena queda”, disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

Em campanha pela reeleição, Dilma vem balbuciando absurdos por onde passa. Na convenção nacional do PT que homologou sua candidatura, Dilma Rousseff se calou diante dos companheiros que, em Brasília, entoavam o mantra de que reeleger a petista é mudar para melhor. Como nada foi feito desde janeiro de 2011, qualquer mudança representará o paraíso. Fato é que os brasileiros que pensam não devem aceitar de forma alguma essa situação, que não passa de mais um embuste palaciano.

Há dias, no bairro porto-alegrense de Restinga, durante evento de um hospital público, Dilma disse que “quem faz continuará fazendo”. Ora, como a presidente nada fez, a continuidade será nula.

Dilma tem o direito de mentir, até porque esse desvio comportamental não é considerado crime no Brasil, mas abusar da paciência da massa pensante brasileira é excesso de ousadia. A inflação real, aquela que atormenta o cidadão até mesmo durante o sono, há muito deixou a órbita de 20% ao ano. A situação só não é pior porque o governo continua mantendo sob rígido controle os preços de combustíveis e as tarifas de energia elétrica e do transporte público. Quando assa amarras forem soltas, o estouro da inflação será trágico.

Sem ter emplacado ao menos uma medida de estímulo à economia ao longo de três anos e meio de mandato, Dilma, que no governo tem a última palavra em questões econômicas, continua insistindo no consumo interno como forma de reverter a crise que vem devastando o País. Com a inflação em alta, o poder de compra do brasileiro foi corroído com o passar dos anos, sendo que a população já começa a viver a assombrosa situação em que o salário acaba e o mês continua.

A grande questão na crise está na combinação explosiva que mistura inflação alta e crescimento econômico pífio. Independentemente de quem seja eleito para comandar o País a partir de janeiro de 2015, as medidas para consertar a lambança petista serão duríssimas. Do contrário, o Brasil mergulhará ainda mais no despenhadeiro da crise.

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