IDH do Brasil fica abaixo da média da América Latina em educação e reforça a falência do Estado

educacao_12Na contramão – O Brasil está doente e em fase terminal, mas a grande imprensa, que deveria questionar as autoridades e provocar a sociedade, limita-se a noticiar fatos isolados e sem se preocupar com as conexões entre temas importantes. Isso faz com que a população avance cada vez mais na direção do conhecimento raso, porque não dizer da ignorância. O que compromete o desenvolvimento social e da nação como um todo.

Há dias, veículos de comunicação noticiaram que a isenção de impostos permitiu a redução dos preços dos medicamentos. A isenção do PIS e do Cofins provocará uma queda média de 12% no preço dos remédios constantes de uma lista elaborada pelo governo federal. Desde a última segunda-feira (21), a redução de preços também contemplou medicamentos usados para tratamento de artrite reumatoide, câncer de mama, leucemia, hepatite C, doença de Gaucher e HIV.

Tudo muito bem, pois a fome arrecadatória do governo está cada vez maior, enquanto a contrapartida ao contribuinte só faz definhar. Há no escopo tributário do País grupos de produtos e serviços que podem e devem contribuir com maior participação na arrecadação do Estado, mas outros deveriam ser isentos em decorrência do interesse social cada vez maior.

Material escolar

Um desses segmentos que deveriam merecer isenção fiscal é o de materiais escolares, assunto a que o ucho.info se dedica há anos. Na verdade, foi por sugestão do editor do site que o Senado Federal discutiu e aprovou um projeto de lei que isenta de IPI, PIS e Confins os materiais escolares. A matéria foi para a Câmara dos Deputados, onde aguarda a boa vontade dos parlamentares para ser votada e, quem sabe, aprovada.

Um projeto como esse demora de sete a dez anos para ser aprovado no Congresso Nacional, mas no caso específico o tempo poderá ser ainda maior, pois empresas poderosas do setor, que funcionam na Zona Franca de Manaus, têm feito pesado lobby para que o projeto continue dormitando em alguma comissão temática da Câmara. Quando se fala em lobby deve-se compreender que há a distribuição de dinheiro para parlamentares acostumados em transformar o mandato eletivo em balcão de negócios.

Descendo a ladeira

A situação piora sobremaneira quando em foco está a qualidade da educação no Brasil. Os alunos das redes pública e privada de ensino aprendem cada vez menos, o que desde já compromete o futuro do País. O conhecimento é raso e não permite qualquer tipo de projeção positiva em relação ao amanhã, pois o Brasil, assim como muitos países ao redor do planeta, está se transformando em um amontoado de ignorantes. A questão está na necessidade de o cidadão “ter”, quando o importante é “ser”.

Relatório de Desenvolvimento Humano de 2013, divulgado nesta quinta-feira (23) pela Organização das Nações Unidas (ONU), traz um dado que, na opinião dos jornalistas deste site, deveria preocupante para os brasileiros. O Brasil está abaixo da média da América Latina em educação e expectativa de vida. O estudo da ONU calcula o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países com base em indicadores de educação, saúde e renda.

O Brasil ocupa a 79ª posição no ranking da ONU, com IDH de 0,744, atrás de países como Azerbaijão, Jordânia e Sérvia. Na ponta da lista estão Noruega, Austrália, Suíça, Suécia, Estados Unidos, Alemanha, Nova Zelândia, Canadá, Singapura e Dinamarca.

Para aumentar o caos em que se encontra essa louca terra de Macunaíma, o relatório da ONU mostra que o tempo médio de estudo na América Latina é de 7,9 anos, enquanto que no Brasil é de 7,2 anos. Cenário que explica a baixa qualificação da Mao de obra brasileira, o que emperra qualquer prognóstico de avanço econômico-social

Ora, se a educação vai mal, a saúde está cambaleante e o salário do trabalhador encontra-se em curva descendente, não há como esperar algo minimamente positivo. Se as autoridades não tomarem providências urgentes e a imprensa não despertar o interesse da população para temas tão relevantes, o Brasil continuará ostentando por muitas décadas o status de “país do futuro”. Futuro esse que dificilmente um dia dará o ar da graça.

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