PPS pede ao procurador-geral da República que investigue ataques a jornalistas no Wikipédia

carlosalberto_sardenberg_02Sujeira palaciana – A Procuradoria-Geral da República recebeu na tarde desta sexta-feira (8) representação do líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), em que o parlamentar requer a abertura de investigação para apurar a denúncia envolvendo a Presidência da República na alteração criminosa dos perfis dos jornalistas Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg na enciclopédia virtual Wikipédia.

Rubens Bueno também apresentou requerimento à Câmara solicitando informações ao ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Thomas Timothy Traumann, sobre o assunto. O líder do PPS estuda ainda convocar o ministro para que ele venha dar explicações à Casa sobre a denúncia que, em sua avaliação, é mais um “ataque” à liberdade de imprensa perpetuada pelo governo do PT.

“Essa alteração dos perfis dos jornalistas é mais um exemplo de como o PT usa a máquina pública para atacar o contraditório, a opinião isenta. O mais grave é que isso foi feito dentro do Palácio do Planalto. Por isso, estamos pedindo ao Ministério Público que apure com rigor mais este absurdo, apontando os responsáveis”, criticou Bueno.

De acordo com reportagem de “O Globo”, publicada na edição desta sexta-feira, os ataques a Miriam Leitão, colunista do jornal, e Carlos Alberto Sardenberg, da CBN e da Rede Globo, foram feitas diretamente da rede de computadores da Presidência da República. Segundo o jornal, as críticas acrescentadas aos perfis foram realizadas em maio do ano passado. Miriam Leitão é acusada de fazer análises “desastrosas” e de ser amiga do banqueiro Daniel Dantas.

Com Sardenberg não foi diferente. Por ser irmão do economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, ele foi acusado de fazer previsões sobre os juros que beneficiam as instituições financeiras.

Na representação à PGR, Rubens Bueno afirma que todos os fatos narrados por “O Globo” convergem para “crimes de desvio de conduta funcional, falsidade ideológica”, que podem ter sido cometidos por servidores públicos federais ou autoridades do governo. “Essa postura fere de morte a conduta ética e moral dos bons costumes. Diferentemente do que se espera, principalmente, dos ocupantes destes cargos”, avaliou o parlamentar.

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