Previsão de crescimento do PIB recua e crise econômica torna-se a maior adversária de Dilma

crise_22Sem saída – Enfrentando situação de dificuldade nas pesquisas eleitorais, em especial por causa da entrada de Marina Silva no páreo, a petista Dilma Vana Rousseff terá mais um problema pela frente. O de convencer o seu eleitorado de que a economia brasileira, em grave e preocupante crise, pode mudar em curto espaço de tempo. Isso porque as previsões do mercado financeiro para 2014 são desanimadoras.

Nesta segunda-feira (18), como faz semanalmente, o Banco Central divulgou as apostas dos economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País para o crescimento da economia neste ano. Pela décima segunda semana consecutiva, o mercado reduziu a estimativa de alta do Produto Interno Bruto, o PIB, que agora está no patamar anoréxico de 0,79%, contra 0,81% da previsão anterior. Ou seja, classificar o crescimento econômico para o corrente ano como “pibinho” é excesso de otimismo.

A previsão pífia acerca do PIB, divulgada no Boletim Focus, que aterroriza o setor produtivo é reflexo da política econômica equivocada de um governo perdido e paralisado, que ao longo de três anos e meio adotou mais duas dezenas de medidas de estímulo á economia, sem que ao menos uma tivesse produzido resultado. Para 2015, os analistas mantiveram a aposta de crescimento do PIB na casa de 1,25%, índice também acanhado.

Para manter o terror que ronda o cenário econômico atual, a expectativa do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País, recuou de 6,26% para 6,25%, quinta queda consecutiva do indicador. Para 2015, a previsão ficou estável em 6,25%. Apesar do recuo, a inflação oficial continua muito próxima do teto (6,5%) do sistema de metas estabelecido pelo governo.

Ciente de que o Boletim Focus romperia a semana com números nada convincentes, o ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega, tentou minimizar o estrago com dias de antecedência e disse recentemente que não se combate a inflação com um tiro de canhão. Por viver em uma democracia, mesmo que teórica, Mantega pode dizer o que bem entender, mas não se pode ignorar o fato de que a inflação real, aquela que corrói o salário do trabalhador, está na casa de 20% ao ano.

Apesar do péssimo desempenho da economia e da pouca disposição dos brasileiros de consumir, o Banco Central continua mantendo em 11% a taxa básica de juro, a Selic. No contraponto, mesmo com taxas de juro elevadas, os bancos estão cautelosos no momento de concessão de empréstimos, postura decorrente do elevado nível de endividamento das famílias e a inadimplência em alta.

Mesmo com essa enxurrada de números desfavoráveis, os quais refletem a incapacidade crescente do governo, Dilma Rousseff, que busca a reeleição, insiste no discurso “quem sempre fez continuará fazendo”. Se esse mantra eleitoral tiver ao menos uma dose de verdade, o brasileiro que se prepare para enfrentar a crise.

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