Radicais do grupo “Estado Islâmico” dominam província estratégica na Síria

(Reuters)
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Avanço perigoso – Combatentes do grupo extremista sunita “Estado Islâmico” (EI) tomaram no domingo (24) uma base aérea Al Tabqa, no nordeste da Síria, eliminando o último bastião do governo na província de Al Raqqa, dominada pelos jihadistas.

Há dias, os extremistas deram início a uma ofensiva para dominar a estratégica área do aeroporto militar, que contém uma das mais significativas instalações militares do governo sírio, com vários aviões de guerra, helicópteros, tanques, artilharia e munição.

Após inúmeras tentativas frustradas, o EI conseguiu invadir Al Tabqa, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Dezenas de soldados morreram na ação.

“Com isso, Al Raqqa é a primeira província onde o governo sírio perdeu totalmente o controle”, afirmou o diretor do Observatório, Rami Abdel Rahman. A informação também foi confirmada pela organização Comitês de Coordenação Local e pela agência de notícias estatal síria Sana.

Desde junho, o “Estado Islâmico” vem ganhando força e tomando o controle de teritórios no norte e oeste do Iraque, onde os radicais proclamaram um califado. As ações na província síria de Al Raqqa começaram no início de junho e já vitimaram 100 combatentes do EI e 25 soldados sírios.

Catar nega ajuda financeira

O ministro do Exterior do Catar, Khalid Bin Mohamed al Attiyah, rechaçou as acusações de que o emirado estaria financiando o “Estado Islâmico”. Ele garantiu que seu país não financia nem pretende financiar grupos extremistas “de maneira alguma”, ressaltando que “abomina” os métodos violentos de grupos extremistas e condena o “assassinato bárbaro” do jornalista americano James Foley.

Attyiah afirmou ser necessária uma ação “determinada e coletiva” para acabar com a violência do EI no Iraque e na Síria. Segundo ele, é preciso fechar a fonte de financiamento de grupos extremistas nesses países.

O Catar financia diversos grupos rebeldes que lutam na Síria pelo fim do regime do presidente Bashar al Assad. O EI também enfrenta as tropas de Damasco em várias regiões da Síria, mas tem entrado em conflito com outros grupos rebeldes no país.

Há poucos dias, o ministro alemão de Desenvolvimento, Gerd Müller, sugeriu, durante uma entrevista ao canal de televisão ZDF, que o emirado árabe poderia estar apoiando os jihadistas. A declaração, porém, logo foi amenizada pela diplomacia de Berlim.

O Catar também é acusado de apoiar o grupo fundamentalista palestino Hamas, considerado organização terrorista por Israel e pelo Ocidente. O país do Golfo Pérsico ofereceu exílio ao líder do grupo Khaled Mashaal, e é um dos padrinhos financeiros da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas. O Catar nega ter dado ajuda financeira aos extremistas palestinos e tem procurado intermediar uma trégua entre o grupo e Israel.

Refém alemão liberado

De acordo com o jornal alemão Welt am Sonntag, um alemão de 27 anos que permaneceu como refém do “Estado Islâmico” por quase um ano foi solto em junho passado, após uma negociação envolvendo o governo da Alemanha e o grupo sunita. A libertação seria sido acordada diante de uma “compensação substancial”.

Segundo a reportagem, a Polícia Federal, o Departamento de Crise do Ministério do Exterior e o serviço alemão de inteligência estiveram envolvidos com o caso durante meses. O Ministério do Exterior não negou nem desmentiu a informação.

O jornal conta que o jovem alemão foi sequestrado por extremistas no ano passado na Síria, onde queria prestar ajuda humanitária. A família do rapaz teria recebido um vídeo com imagens dele e com exigência de resgate em dinheiro. (Com agências internacionais)

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