Sumiço inexplicável – O eco provocado pelo vazamento de informações do depoimento de Paulo Roberto Costa fez com que o meio político simplesmente não dessa tanta importância a mais um escândalo. De acordo com informação publicada na revista Veja, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) é acusado de ter recebido em nome do PMDB doação feita por uma grande empresa no valor de R$ 30 milhões, valor que deveria ser distribuído entre candidatos da legenda.
Um representante da empresa doadora procurou um dirigente do PMDB para saber sobre o recebimento do dinheiro, mas acabou criando uma enorme confusão ao tratar do assunto com alguém fora do círculo de Lobão, que depois desse escândalo passa a fazer mais jus ao sobrenome. Diante do imbróglio, correligionários saíram em busca de explicação e para tanto acionaram o também nada santo senador José Sarney (PMDB-MA), que durante décadas foi hierarquicamente superior a Lobão no grupo político “coronelista” conhecido como República da Praia do Calhau.
Ao “irmão camarada” Sarney o ministro de Minas e Energia justificou a trapalhada alegando que o dinheiro foi despejado na campanha de seu filho, o playboy Edinho Lobão, que disputa o governo do Maranhão e deve ser derrotado nas urnas pelo candidato do PCdoB, Flávio Dino.
Pessoas que conhecem os meandros da política maranhense e também Edison Lobão disseram ao editor do ucho.info que desconfiam da desculpa dada pelo ministro para o paradeiro da dinheirama que deveria, em tese, ser dividida fraternalmente entre caciques peemedebistas. Há inclusive quem garanta que, a essa altura, o dinheiro (R$ 30 milhões) não passou perto do Maranhão e muito menos da campanha de Edinho Lobão.
É verdade que o coronelismo exercido pelo grupo político liderado por Sarney ainda tenta resistir ao desmoronamento que se anuncia, por isso crescem as especulações sobre outro destino dado ao dinheiro ofertado pela tal empresa ao PMDB. O mais interessante nessa epopeia, que pode acabar na delegacia mais próxima, é que até agora ninguém do PMDB veio a público para explicar o espetáculo de ocultismo financeiro praticado por Lobão.
