Más companhias – Apesar do impacto provocado nas campanhas de Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) pela delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras que continua preso em Curitiba, o tucano Aécio Neves continua aguardando um sinal verde de dois companheiros de legenda. Devido à queda nas pesquisas eleitorais, Aécio decidiu pedir ajuda a José Serra, ex-governador de São Paulo, e Carlos Alberto Richa, governador do Paraná que busca a reeleição.
Aécio espera poder contar com Serra e Aécio em seu programa de campanha, mas e sabido que ambos não são as pessoas mais adequadas para dar uma força política ao senador mineiro. Muito antes de o PSDB definir que Aécio Neves seria o candidato do partido ao Palácio do Planalto, Serra trabalhou fortemente nos bastidores para atrapalhar de todas as formas a candidatura do mineiro. Isso porque Aécio fez o mesmo na corrida presidencial de 2010, quando José Serra perdeu a disputa para a petista Dilma Rousseff. Sem contar que Serra está cotado para ser ministro de Marina Silva, caso a seringueira arranque a vitória das urnas de outubro próximo.
Em relação a Beto Richa, a participação do governador paranaense no programa de Aécio é considerada quase impossível. E se isso acontecer será uma daquelas missas encomendadas de última hora. Há dias, Richa rasgou elogios a Marina Silva, candidata do PSB, mas fez a ridícula ressalva de que ainda estava com Aécio. Em outras palavras, tudo o que Aécio Neves menos precisa no momento é adversário, pois dentro do próprio PSDB ele tem de sobra. É o famoso “fogo amigo”. Mendigar o apoio de Beto Richa é sinal de desespero, pois o governo do Paraná só vencerá a eleição porque é o candidato “menos ruim”. Os outros candidatos que estão na ponta das pesquisas são o peemedebista Roberto Requião e a petista Gleisi Hoffmann.
Levando-se em conta que o PSDB é um partido rachado quase que o tempo todo e serve de ninho para os interesses de grupos políticos que se enfrentam ferozmente nos bastidores, não há como imaginar que Richa e Serra farão alguma diferença na campanha de Aécio com eventual aparição nos programas da legenda. Essa guerra burra que acontece nas coxias do tucanato pode ser muito bem explicada pela indicação do senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) para candidata a vice na chapa liderada por Aécio.
O nome de Aloysio Nunes foi imposto pelo PSDB paulista, que controla o partido em âmbito nacional. Como já noticiou o ucho.info, Aloysio nada acrescentou à campanha de Aécio Neves, que precisava de algum representante do Nordeste como candidato a vice. Ao não abrir mão de uma chapa “puro sangue”, o PSDB deixou aos adversários o discurso da oposição feita pela elite do Sul e do Sudeste. Faltando pouco menos de um mês para o primeiro turno da corrida presidencial, o candidato tucano ainda busca uma forma de reverter a derrota que insiste em lhe acenar.
