Condenação de ex-assessor de Gleisi reabre discussão sobre nomeação de um pedófilo para a Casa Civil

eduardo_gaievski_03Sem explicação – A pena imposta ela Justiça do Paraná ao ex-assessor de Gleisi Hoffmann (PT), o pedófilo Eduardo Gaievski, reabre uma grande discussão. Como Gleisi, que à época era ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, conseguiu contratar para trabalhar, no Palácio do Planalto, ao lado do gabinete de Dilma Rousseff, um delinquente que vinha sendo investigado há dois anos pelo Ministério Público do Paraná e tinha um volumoso prontuário de delitos sexuais.

Na primeira sentença de uma leva de mais 40 crimes sexuais (divididos entre 17 estupros de vulneráveis, 9 estupros qualificados, assédio, favorecimento à prostituição, crime de responsabilidade de prefeitos, nomeações para obter sexo, uso de veículo oficial para prática de estupros), Gaievski foi condenado a dezoito anos e um mês de prisão.

Gaievski já respondia a diversos processos por delitos sexuais quando foi indicado como assessor especial da Casa Civil. Antes da nomeação, qualquer servidor que assume cargo de confiança, em especial os que trabalham no entorno da Presidência, têm a vida vasculhada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Além das rigorosas checagens rigorosas, o candidato ao cargo é obrigado a apresentar os costumeiros atestados de antecedentes da Polícia Civil e Polícia Federal.

Gaievski não passaria – em circunstâncias normais – por nenhum desses filtros. A única explicação viável para sua efetivação como servidor da Casa Civil, com direito a função estratégica no governo Dilma (comando das políticas para crianças e adolescentes, combate ao crack, construção de creches e “Mais Médicos”), é que alguém, muito poderoso, tenha bancado sua nomeação e assumido a responsabilidade pelo ato insano e criminoso.

É inaceitável a tese vociferada por Gleisi Hoffmann, e também pelo PT, de que desconhecia os antecedentes de Gaievski e que só se conheciam referências boas a respeito do pedófilo. Além do prontuário marcado por delinquências sexuais e que estava disponível na rede mundial de computadores, Gaievski, que passou a ser chamado de “Maníaco da Casa Civil”, jamais fez questão de esconder sua obsessão por fazer sexo com crianças. Além de andar com fotos de mais de 50 adolescentes nuas no celular, falava abertamente de seus abusos e orgulhava-se dos crimes que cometia. Em uma gravação, feita em uma roda de amigos, em meio a risadas e deboches, Gaievski descreve em minúcias como “tirou uma virgindade” e fez sexo anal com uma menina de 14 anos.

A surpresa alegada por Gleisi Hoffmann com a vida paralela de Gaievski, especializado em estuprar e prostituir meninas pobres, é difícil de ser levada a sério. A senadora afirma, atualmente, que mal conhecia o pedófilo, mas ela própria, juntamente com o marido (o ministro Paulo Bernardo), que filiou Gaievski ao PT, em 2000. O casal também convocou-o para disputar a prefeitura de Realeza. Eleito em 2004 e reeleito em 2008, o pedófilo, em ato de agradecimento, concedeu, em 2007, título de cidadão honorário da cidade a Paulo Bernardo da Silva. Em 2012, Gleisi levou Gaievski para ser o seu braço direito na Casa Civil.

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