Lição dura – A esmagadora vitória de Alvaro Dias na disputa por uma vaga no Senado Federal, pelo Paraná, vai muito além de um feito histórico na política nacional, até porque o tucano foi reeleito com 77% dos votos válidos. Possivelmente o único representante da oposição reconhecido pela população brasileira por sua atuação firme e republicana no Senado, Alvaro é um dos poucos políticos que contam com o apoio incondicional dos eleitores quando o assunto é buscar um País melhor e mais justo, sempre lutando contra o avanço dos desmandos que descem a rampa do Palácio do Planalto. Essa constatação foi escancarada nas urnas do último domingo (5), que deram ao senador reeleito pouco mais 4,1 milhões de votos.
Em conversa com o editor do ucho.info, horas antes do início da votação, Alvaro disse que o quadro que se desenhava a partir das pesquisas era “coisa para se guardar no lado esquerdo do peito”, como cantou Milton Nascimento em “Canção da América”. O senador do PSDB estava emocionado, mas ciente da responsabilidade que representaria a confirmação de uma votação histórica.
Nesta terça-feira (7), em nova conversa telefônica com o editor, Alvaro Dias mais uma vez falou sobre a responsabilidade que surge da sua histórica eleição. Disse o senador que ao caminhar pelas ruas de Curitiba e de Londrina tem ouvido intermináveis palavras de carinho de nove em cada dez eleitores. E emendou dizendo que isso lhe dá força para continuar lutando pelo Brasil e pelos brasileiros.
Esse resultado das urnas mostra a inconteste vocação política de Alvaro Dias, burilada ao longo dos anos, mas acima de tudo prova a sua determinação para concorrer mais uma vez ao Senado por um partido que, no Paraná, é considerado um serpentário. Pouco mais de um ano antes da definição das chapas e dos candidatos, alguns tucanos paranaenses, soberbos como sempre, ainda faziam mistério sobre a concessão de legenda a Alvaro Dias, como se alguém do seu naipe político pudesse ficar de fora de um partido que nasceu rachado.
A vitória de Alvaro Dias é um duro recado ao tucanato do Paraná, que milagrosamente, por trás de uma farsa conhecida, consegue sobreviver em meio a grupelhos recheados de pessoas presunçosas e míopes em termos políticos. Um dos destinatários desse recado, avalia o ucho.info, é o governador Beto Richa, também do PSDB, que nem de longe é uma ode à competência e só foi reeleito porque seus concorrentes eram – e continuam sendo – medíocres. Fosse dependente da sua própria atuação como governador, Richa teria sido derrotado de forma clamorosa.
Nos últimos quatro anos, o governador do Paraná, que só alcançou lugar de destaque no PSDB por ser filho de José Richa, não dispensou a Alvaro Dias a devida fidalguia partidária, pelo contrário, apenas porque em sua assessoria pulula a vaidade e o comportamento obtuso de alguns. Ademais, vale lembrar que qualquer dose de competência que se lance sobre a sede do governo do Paraná sempre fará sombra considerável ao tucano Richa.
Mostra a história que quase sempre é pífio o segundo mandato de quem está no Executivo, mas tomara que Beto Richa acorde para a realidade e se cerque das pessoas mais adequadas, o que lhe daria a oportunidade de pelo menos tentar afastar o carma que carrega de ser filho de alguém. Situação típica de quem não tem competência para existir sem se agarrar ao parentesco.
Quanto a Alvaro Dias, o senador mostrou aos arrogantes do Palácio Iguaçu quem é quem no Paraná, pois afinal o tempo é o senhor da razão. Em tempo: Alvaro tem possivelmente a melhor equipe de assessores parlamentares do Senado, o que muito contribuiu para sua caminhada rumo à vitória.
