Maranhense Ferreira Gullar é eleito para a Academia Brasileira de Letras

ferreira_gullar_01Gente nova – Um dos grandes nomes da literatura brasileira, o poeta maranhense Ferreira Gullar, de 84 anos, foi eleito nesta quinta-feira (9) para a cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras (ABL), em votação que correu no Petit Trianon, no Rio de Janeiro. O titular anterior da cadeira era o poeta e tradutor Ivan Junqueira, morto no dia 3 de julho deste ano.

Gullar obteve 36 dos 37 votos possíveis – houve um voto em branco. Votaram 19 acadêmicos presentes e outros 18 por carta. Os ocupantes anteriores da cadeira 37 foram: Silva Ramos (escolheu como patrono o poeta Tomás Antônio Gonzaga), Alcântara Machado, Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand e João Cabral de Melo Neto, que coincidentemente faleceu em 9 de Outubro de 1999.

Em um escrutínio que demorou quinze minutos, Gullar superou os outros candidatos à vaga: Ademir Barbosa Júnior, José Roberto Guedes de Oliveira e José William Vavruk.

“Estou muito feliz. Mais ou menos eu já esperava pelo que os acadêmicos me disseram. Já estava esperando. Desde que soube, já estava muito feliz. Mas na hora que acontece é diferente. Vira realidade mesmo, deixa de ser promessa”, declarou Ferreira Gullar instantes após o referendo ao seu nome, em festa no apartamento do também imortal Antonio Carlos Secchin, no bairro de Copacabana.

O acadêmico

Um dos mais reconhecidos autores brasileiros vivos, Ferreira Gullar, pseudônimo José Ribamar Ferreira, nasceu em São Luís, no Maranhão, em 10 de setembro de 1930.

O poeta maranhense publicou seu primeiro livro, “Um pouco acima do chão”, aos 19 anos de idade. Entre suas principais obras estão “A luta corporal” (1954), “Dentro da noite veloz” (1975), “Poema sujo” (1976) e “Na vertigem do dia” (1980).

Seu mais recente trabalho literário é “Em alguma parte alguma”, vencedor do Prêmio Jabuti, em 2011. Ao agradecer pelo reconhecimento, Gullar afirmou: “Eu só vou dizer: não sei se poesia é literatura. Fora isso, a gente faz poesia porque a vida não basta”.

Petit Trianon

Em 1923, graças à iniciativa do então presidente da ABL, o romancista Júlio Afrânio Peixoto, e do embaixador da França, Raymond Conty, o governo francês doou à Academia o prédio do Pavilhão Francês, edificado para a Exposição do Centenário da Independência do Brasil, uma réplica do Petit Trianon de Versalhes, erguido pelo arquiteto Ange-Jacques Gabriel, entre 1762 e 1768.

As instalações encontram-se tombadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, desde 9 de novembro de 1987. Os salões funcionam até hoje, abrigando reuniões regulares, sessões solenes comemorativas, sessões de posse de novos acadêmicos, assim como para o tradicional chá das quintas-feiras.

O local pode ser conhecido por meio de visitas guiadas ou em programas culturais, como concertos de música de câmara, lançamento de livros dos membros da ABL, ciclos de conferências e peças de teatro.

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