Capital e dois estados dos EUA aprovam legalização da maconha

(Reuters)
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Caminho sem volta – Os eleitores dos estados de Oregon e Alasca e da capital Washington aprovaram na terça-feira (4), o uso recreativo da maconha, em referendos que podem dar impulso ao movimento pró-legalização nos Estados Unidos.

Em Washington, a aprovação torna legal a posse, por moradores e visitantes, de pelo menos 21 anos, de até duas onças (56 gramas) de maconha e até três plantas para uso pessoal, mas não prevê a venda legal da erva.

Já os estados de Oregon e Alasca seguiriam o exemplo do Colorado e do estado de Washington, estabelecendo sistemas para a regulação e tributação das vendas de maconha em lojas.

O resultado das votações só não entrará em vigor se for bloqueado pelo Congresso Nacional, movimento que é considerado improvável pela imprensa americana.

Na Flórida foi votada medida que permitiria o uso da maconha para fins médicos, mas a aprovação foi de 57%, resultado aquém dos 60% necessários. Ao todo, em 23 estados a erva é permitida para uso medicinal.

Opiniões divergentes

Em Washington, a votação para a legalização da maconha registrou 65% de votos a favor e 28% contra, enquanto no Oregon a medida passou com 54% de apoio. No Alasca, a vitória do “sim” foi anunciada com base em projeções da mídia local.

“Cada vez mais pessoas estão percebendo que faz sentido escolher maconha licenciada, regulamentada e taxada por empresas do que comprar em cartéis de drogas”, declarou Mike Elliott, chefe do Marijuana Industry Group, com sede no Colorado.

Nas ruas da capital, ativistas pró-maconha estavam eufóricos. “Este é um grande dia para o fim da guerra contra as drogas na cidade”, disse Malik Burnett, um militante da campanha. “O Distrito de Columbia foi o local de nascimento da guerra contra as drogas, e a proibição da maconha foi o motor dessa guerra. Hoje estamos colocando o motor fora de serviço.”

A organização Drug Policy Alliance, uma das líderes da campanha de legalização, disse que os resultados desta terça-feira permitirão reforçar os seus esforços para lançar um referendo sobre o assunto na Califórnia, em 2016.

“O ritmo da reforma está se acelerando, e outros estados devem segui-la. Até o Congresso está de acordo”, declarou Ethan Nadelmann, diretor executivo da aliança.

No estado de Oregon, os delegados estão entre os principais oponentes da lei, argumentando que a legalização iria dar às crianças o acesso à maconha e que poderia influenciar o uso por parte de mais pessoas.

Em Washington, a médica Margaret Roberts é uma das que votaram contra o afrouxamento das leis relacionadas à maconha. “Infelizmente, eu estou na minoria”, declarou. Segundo ela, muitos pacientes com histórico de psicose abusam da maconha em vez de tomar medicamentos prescritos.

Outros referendos

A legalização da maconha foi somente um dos assuntos colocados em votação nesta terça-feira. Paralelamente às eleições legislativas e para governador, foram realizados também referendos quanto ao aborto, casamento gay, compra de armas de fogo e alimentos transgênicos.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo, que também está em vias de ser legalizado por muitos estados americanos, foi submetido a um referendo no Arizona, que há cinco anos alterou suas leis para proibir a união.

O aborto estava nas cédulas de três estados. No Colorado, proposta que definia um feto como pessoa foi rejeitada por 64% dos eleitores. Em Dakota do Norte, eleitores pró-aborto também venceram, com 64%. No estado do Tennessee, os moradores aprovaram uma medida que dá mais poder aos legisladores do estado na regulação do aborto. (Com agências internacionais)

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