Delator fala em “dezenas de políticos” envolvidos no Petrolão; Gleisi e Humberto Costa na lista

algemas_11Abalando os pilares – Ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa mudou de tática durante sessão da CPMI que investiga os escândalos de corrupção na estatal. Na convocação anterior, em setembro, Costa havia usado o direito de manter-se em silêncio, como garante a Constituição Federal.

Na sessão realizada na terça-feira (2), participando de uma acareação com outro ex-diretor da estatal, falou bastante. O ex-diretor da petrolífera revelou que a corrupção na Petrobras beneficiou “algumas dezenas” de políticos. Todos foram devidamente revelados na esteira do acordo de delação premiada firmado com o juiz Sérgio Moro.

Na lista de Costa estão, além de dezenas de parlamentares, governadores, governadores, ex-governadores e ministros. A maioria dos nomes é mantida em segredo. Entre as exceções estão a ex-ministra e senadora petista Gleisi Hoffmann (que levou R$ 1 milhão em dinheiro vivo do esquema) e o senador Humberto Costa (PT), também beneficiado por R$ 1 milhão em dinheiro desviado da estatal. No depoimento, Costa evitou detalhes para não comprometer seu acordo de delação premiada, mas deu indícios de que suas revelações podem provocar um terremoto no mundo político.

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Preso durante a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que desvendou o maior esquema de corrupção da história nacional, Paulo Roberto Costa só foi colocado em liberdade (está em prisão domiciliar) após acordo de delação premiada e, na CPMI, admitiu ter revelado às autoridades “algumas dezenas” de nomes políticos ao ser questionado pelos integrantes da comissão. Após a sessão, o ex-diretor da estatal deu alguns pequenos detalhes da tal lista, mas de forma não oficial. Confidenciou a dois deputados o número de políticos que citou. Um dos que ouviu as confidências do delator foi Júlio Delgado (PSB-MG). “Eu perguntei: como é isso, quantos são? Ele me disse que são de 35 a 40 do PP, PMDB e PT.”

Como já noticiou o UCHO.INFO, a lista de envolvidos no Petrolão é extensa e traz os nomes de pelo menos sessenta políticos, entre parlamentares, governadores e autoridades do governo federal. O que mostra a extensão da virulência de um governo incompetente, paralisado e corrupto.

O envolvimento de Gleisi Hoffmann no esquema de propinas da Petrobras, denunciado inicialmente por Paulo Roberto Costa foi confirmado pelo doleiro Alberto Youssef, também no âmbito de uma delação premiada. Youssef disse em depoimento ao Ministério Público Federal que deu R$ 1 milhão à campanha que elegeu Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao Senado, em 2010.

Gleisi, que foi ministra chefe da Casa Civil no governo da presidente Dilma Rousseff entre junho de 2011 a fevereiro deste ano, teria recebido o dinheiro em 2010. Segundo o doleiro, o montante foi entregue em quatro parcelas, em espécie, ao dono de um shopping popular de Curitiba.

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