PPS, PSB, Solidariedade e PV anunciam formação de federação partidária; governo está alerta

uniao_03Unidos venceremos – Os presidentes e líderes do PPS, PSB, Solidariedade e PV anunciam, nesta terça-feira (16), a formação de uma federação e de um bloco parlamentar para atuar no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. O ato oficial de lançamento da nova força política acontece às 17 horas no plenário I do anexo II da Câmara dos Deputados.

Na próxima legislatura, a federação de partidos contará, por exemplo, com 67 deputados federais (34 do PSB, 15 do SD, 10 do PPS e 8 do PV). Sem a formação de outros blocos, a federação partidária será a segunda força política da Câmara dos Deputados, que contará com 69 parlamentares em 2015, ficando atrás apenas do PT. Atualmente, os quatro partidos contam com 61 deputados, sendo a terceira força da Casa.

Unidade de ação

O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), explicou que o bloco funcionará não apenas no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais, mas no cotidiano da sociedade e também nas eleições de 2016. “Com a institucionalidade a ser criada, de uma federação de partidos, haverá unidade de ação como se um partido só fosse”, disse.

Para Freire, o novo bloco “muda o cenário e claramente começa a aglutinar as forças de esquerda democrática do país, de oposição ao governo que aí está”. De acordo com o deputado, a unidade estará valendo a partir da próxima terça e abarcará a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e composições das comissões da Casa, assim como as próximas eleições municipais.

O líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno, ressaltou ainda que o bloco é formado por partidos que saem das eleições preocupados com o atual cenário político e econômico do País.

“O bloco nasce como uma alternativa e com certeza terá grande peso na política brasileira, hoje tomada pelo fisiologismo e pela corrupção. Vamos não só ter atuação conjunta nos parlamentos, mas marcharemos unidos nas eleições municipais de 2016 e também construiremos um projeto novo para o Brasil na corrida presidencial de 2018”, destacou Rubens Bueno.

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Para o vice líder do PPS, deputado federal Arnaldo Jardim (SP), o bloco dá sequência à estratégia adotada pelos partidos nas eleições de 2014, quando atuaram no campo da oposição, com as candidaturas de Eduardo Campos/Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB).

“Ficaremos firmes no campo da oposição, alertando para os desmandos do atual governo do país. A federação dos partidos veio para ficar e terá atuação nos parlamentos, na sociedade e nas eleições. É o surgimento de um novo polo alternativo na política brasileira”, resumiu Arnaldo Jardim.

A formação do bloco foi decidida durante almoço no último dia 10 de dezembro. Participaram do encontro o presidente do PPS, Roberto Freire (SP); o líder do partido na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR); o vice-líder, Arnaldo Jardim (SP), o presidente do PSB, Carlos Siqueira; o líder Beto Albuquerque (SP); o vice-governador eleito de São Paulo, Márcio França (PSB-SP); o presidente do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva (SP), os deputados Arthur Maia (SD-BA) e Augusto Coutinho (SD-PE); e o presidente do PV, José Luiz de França Penna (SP).

De olho no movimento

O novo bloco parlamentar será mais uma pedra no caminho do próximo governo da petista Dilma Rousseff, que estreia em 1º de janeiro com um cipoal de problemas, muitos sem solução.

A federação partidária que surge como a segunda força polícia da Câmara dos Deputados é um considerável entrave para Dilma na relação com o Parlamento, pois em votações de matérias complexas e polêmicas um voto pode ser decisivo, como aconteceu na aprovação do PLN36/2014, que alterou a Lei de Diretrizes Orçamentárias e anulou a meta de superávit primário.

O surgimento da federação exigirá do governo uma articulação ainda maior nas relações com o Congresso Nacional, o que significa que o balcão de negócios ficará mais largo e imundo. Afinal, os votos da chamada base aliada passarão a valer mais. De tal modo, Dilma terá de manter a atual estratégia para manter o apoio no Parlamento, ou seja, a corrupção continuará a todo vapor, até porque os parlamentares não agem como representantes da sociedade, mas, sim, dos próprios interesses.

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