Ano começa com o fim da redução do IPI para automóveis; crise e desemprego devem aumentar

carro_13Sinal vermelho – Quem comprar carro zero quilômetro a partir do dia 2 de janeiro, sexta-feira, sentirá no bolso a diferença no preço, decorrente do fim da redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Para chamados carros populares, cujos preços são absurdos, a alíquota sobe dos atuais 3% para 7%. No caso dos carros com motor flex (gasolina e etanol), que até 31 de dezembro recolhiam 9% de IPI, a alíquota sobe para 11%, e os carros movidos somente a gasolina, que pagavam 10%, terão a alíquota aumentada para 13%.

A redução no IPI para veículos foi adota, em 2009, pelo então presidente Luiz Inácio da Silva, que para empurrar os brasileiros na vala do consumismo inventou a redução tarifária para enfrentar a “marolinha”, termo usado pelo ex-metalúrgico para rotular a crise internacional, iniciada no rastro da quebra do banco norte-americano Lehman Brothers. Em dezembro de 2008, quando Lula ocupou os meios de comunicação nacionais para anunciar as medidas do governo, o UCHO.INFO afirmou que se tratava de uma decisão equivocada, pois colocaria o País em risco econômico, não sem antes entupir as cidades brasileiras de inimagináveis frotas de automóveis, sem a devida infraestrutura. Isso porque Lula pegou carona na tese míope de que em país desenvolvido o pobre anda de carro, quando na verdade é aquele em que o rico usa o transporte público.

Em 2012, para manter a economia supostamente aquecida, a presidente Dilma Rousseff prorrogou a isenção de IPI para automóveis e outros produtos, como eletrodomésticos, móveis e material de construção. Na ocasião, repetindo o que fez em dezembro de 2008, o UCHO.INFO alertou o governo para o perigo da medida, uma vez que não se mantém o crescimento econômico de um país apenas com base no consumo interno e no crédito fácil. Incompetente, paralisado e corrupto, o governo da presidente Dilma insistiu na estratégia, que acabou fracassando de forma fragorosa, apesar de todas as falácias balbuciadas pelo então ministro Guido Mantega, da Fazenda.

Ao tomar a decisão de renovar sucessivas vezes a redução do IPI dos automóveis, o governo do PT condicionou o benefício ao compromisso da indústria automobilística de não cortar empregos. Em novembro de 2014, ou seja, há pouco mais de um mês, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, avaliou que a elevação do imposto não acarretará demissões no setor. Considerando que a Constituição Federal destaca que “é livre a manifestação do pensamento, desde que vedado o anonimato”, Moan tem o direito de falar o que quiser, mesmo que o discurso caminhe na contramão da lógica. Para contraditar o presidente da Anfavea, as montadoras mantêm trabalhadores em férias forçadas, além de acenar com o plano de demissão voluntária. Sem contar os pátios lotados das empresas fabricantes de veículos.

No momento em que a venda de automóveis recua, o setor é atingido como um todo, pois é grande o espectro de fornecedores das montadoras. Quando esse cenário chegar à economia, o que não exigirá muito tempo, o brasileiro perceberá que até agora o governo do PT (leia-se Lula e Dilma) não passou de um majestoso embuste.

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