STJ nega pedidos de habeas corpus de dirigentes da Camargo Corrêa presos no rastro do Petrolão

eduardo_leite_01Sol quadrado – Presos pela Polícia Federal na Operação Juízo Final, sétima etapa da Operação Lava-Jato, os executivos da construtora Camargo Corrêa terão mais tempo para pensar na lambança que fizeram ao integrar o esquema de corrupção que funcionava em algumas diretorias da Petrobras e sangrou os cofres da estatal. Presidente em exercício do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a ministra Laurita Vaz, que como antecipou o UCHO.INFO é firme em suas decisões, negou nesta quarta-feira (21) os pedidos de habeas corpus dos dirigentes da empreiteira.

A ministra indeferiu os pedidos de liminares em nome de Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente da empreiteira e conhecido na Lava-Jato como “Leitoso”, de Dalton dos Santos Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações S/A, e João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da companhia.

Leite, Santos e Auler estão presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 14 de novembro de 2014. O trio, assim como os outros presos na Lava-Jato, apresentam sinais de depressão, uma vez que enfrentam um cotidiano difícil se consideradas as mordomias que cada um desfrutava em tempos de gatunagem.

Com contratos no valor de quase R$ 60 bilhões com a Petrobras, as empreiteiras foram investigadas por integrarem o chamado “Clube do Milhão” e pagarem propinas a políticos e partidos na esteira de superfaturamento de obras, o maior escândalo de corrupção da história brasileira. Desde a deflagração da Lava-Jato, em março do ano passado, é grande a movimentação das empreiteiras nos bastidores do mundo jurídico para convencer as autoridades a aceitarem um acordo coletivo de leniência, que por mais de uma vez foi prontamente rejeitado.

Os valores provenientes do superfaturamento de contratos (3% do valor total) e desviados da Petrobras serviram para abastecer os cofres de partidos da chamada base de sustentação do governo federal, como PT, PMDB e PP, de acordo com depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef.

Na carceragem da PF em Curitiba também estão presos, além dos alarifes das empreiteiras e construtoras, Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras, e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. É na movimentação dessa dupla, Cerveró e Baiano, que a PF foca suas ações, no momento, para identificar o rastro do dinheiro do esquema criminoso. Policiais federais estão na Europa para levantar dados, os quais podem complicar a situação de ambos e de outros presos na Lava-Jato.

Resumindo, os marginais do Petrolão continuarão desfrutando do privilégio de contemplar o raiar do astro-rei de forma geometricamente distinto. Quem sabe depois de mais de dois meses atrás das grades esses malandros resolvam contar a verdade, antes que o estrago seja maior. Afinal, a PF e o Ministério Público Federal avançam com as investigações em outros flancos, o que tem levado os frequentadores do Palácio do Planalto a perderem seguidas noites de sono.

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