Petrolão: suplente de Gleisi está pronto para assumir vaga no Senado se petista for cassada ou renunciar

gleisi_hoffmann_64Dúvida cruel – Apesar do marasmo provocado pelo recesso parlamentar, que chega ao fim no próximo dia 31 de janeiro, o universo político nacional vive enorme agitação nos bastidores. Isso porque muitos políticos que assumem seus postos na estreia da próxima legislatura estão muito preocupados com os desdobramentos da Operação Lava-Jato, que como temos afirmado está em seus primeiros capítulos.

Um dos assuntos que mais movimenta a seara política é a possibilidade de alguns dos envolvidos no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história brasileira, perderem o mandato por quebra de decoro ou renunciarem como forma de evitar a inelegibilidade. Em alguns casos, as provas em poder das autoridades são tão contundentes e inquestionáveis que “jogar a toalha” já é considerada a decisão mais inteligente.

Quem experimenta tal situação de tensão no limite é a senadora petista Gleisi Helena Hoffmann, ex-chefe da Casa Civil e apontada como beneficiária do Petrolão, o que já provoca enorme agitação no mundo político do Paraná. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, prometeu apresentar na segunda quinzena as denúncias contra os políticos envolvidos no Petrolão, em cuja lista consta o nome de Gleisi Hoffmann.

Seu envolvimento no esquema criminoso que funcionava na Petrobras, mesmo que indireto, foi confirmado pelos delatores da Lava-Jato, o doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal. Enquanto o cerco se fecha no entorno de Gleisi, o PMDB do Paraná se anima e já conta com a possibilidade de aumentar a bancada no Senado Federal.

Na hipótese de a senadora paranaense renunciar ao mandato, os peemedebistas colocam, na ordem, os suplentes Sérgio Souza (PMDB), deputado federal eleito, e o petista Pedro Tonelli. Souza renunciaria ao mandato e assumiria a vaga de Gleisi no Senado. Nesse caso, assumiria a vaga de Souza na Câmara dos Deputados o suplente Rodrigo Rocha Loures, que arrancou das urnas de 5 de outubro passado 58.493 votos. Rocha Loures é ligado ao vice-presidente reeleito Michel Temer, presidente nacional do PMDB. Há quem garanta que Loures é um dos assessores diretos de Temer

Durante depoimento à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal e à Justiça Federal, em outubro de 2014, Paulo Roberto Costa não titubeou ao acusar a senadora. Ele informou ao juiz Sérgio Fernando Moro que, a pedido do marido de Gleisi, Paulo Bernardo da Silva (então ministro do Planejamento), solicitou R$ 1 milhão do esquema para abastecer a campanha da petista ao Senado em 2010.

A denúncia foi confirmada pelo doleiro Alberto Youssef, que detalhou o repasse do dinheiro à senadora: em dinheiro vivo, em quatro parcelas, entregue em um shopping popular de Curitiba. A movimentação dos suplentes de Gleisi se deve à expectativa de que novas denúncias envolvendo a senadora venham à tona nas próximas semanas.

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