Condução coercitiva de Vaccari Neto provoca pânico no PT e Gleisi pode estar pensando em renúncia

gleisi_hoffmann_37Fazendo figa – A condução coercitiva de João Vaccari Neto, determinada pela Justiça Federal, para que o tesoureiro petista prestasse depoimento na Polícia Federal provocou uma onda de pânico no Partido dos Trabalhadores. Na legenda ninguém mais se ilude com a possibilidade de os efeitos colaterais da Operação Lava-Jato ficarem restritos somente no âmbito das empreiteiras, como aconteceu até esta quinta-feira (5).

A deflagração da Operação My Way, da PF, nona etapa da Lava-Jato, deixou claro que o núcleo político do Petrolão, maior escândalo de corrupção da história da humanidade, também pagará por seus pecados.

Somente no Paraná, onde está concentrada a força-tarefa da Lava-Jato e tramitam os processos decorrentes da operação policial, dois parlamentares, implicados no carrossel de corrupção que funcionava na Petrobras, já cogitam a possibilidade de renunciar ao mandato para evitar um processo longo e desgastante, que pode culminar com a perda dos direitos políticos. São eles o deputado federal Nelson Meurer (PP) e a senadora Gleisi Hoffmann (PT). A avaliação é de que nenhum dos dois escapará de depoimentos constrangedores na CPI da Petrobras, criada nesta quinta-feira (5), com grandes possibilidades de cassação de mandato.

No caso de Meurer, a Polícia Federal identificou uma movimentação de R$ 159 mil nas contas do posto de combustíveis de Brasília (que serviu para batizar a da PF), entre 2008 e 2009. A situação do deputado do Partido Progressista é considerada extremamente, sendo que não faltam políticos que para afirmar que sua cassação é inevitável.

A situação de Gleisi Hoffmann não é melhor, pelo contrário. Ex-chefe da Casa Civil, a senadora petista foi denunciada pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como beneficiária de R$ 1 milhão em dinheiro proveniente do Petrolão. A denúncia foi confirmada por outro delator do esquema, o doleiro Alberto Youssef, que detalhou como o dinheiro foi repassado a Gleisi. A petista dificilmente escapará da cassação.

Audácia conhecida

Nelson Meurer e Gleisi Hoffmann são parlamentares soberbos e que abusam da arrogância. Meurer, certa vez, tentou intimidar o editor do UCHO.INFO por causa de matéria que afirmava ter o deputado paranaense participado de uma “carneirada” na fazenda de José Janene, o “Xeique do Mensalão”, em Londrina. A Meurer foi dado o direito de resposta, mas o parlamentar preferiu embarcar na tese esdrúxula do “você sbe com que está falando?”.

Gleisi Hoffmann é igualmente presunçosa. Incomodada com matérias publicadas no UCHO.INFO, decidiu processar o editor em claro movimento de intimidação, o que não funcionou, por os jornalistas do site não se curvam diante de políticos arrogantes e autoritários. Não contente, Gleisi contatou uma conhecida jornalista do Paraná para iniciar uma onda difamatória contra o editor, usando como argumento o fato de à época seu marido, Paulo Bernardo da Silva, estar no comando do Ministério das Comunicações. O tiro saiu pela culatra, pois ainda há no País jornalistas sérios e que não se rendem a esse tipo de ação truculenta.

Finalizando, para quem abusa de um mandato eletivo para tentar calar a imprensa, Gleisi Hoffmann e Nelson Meurer saíram melhor do que a encomenda. O melhor nessa epopeia criminosa é que continua a prevalecer o velho ditado popular que garante ser o tempo senhor da razão.

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