Neguinho da Beija-Flor desafia o Estado e zomba as leis ao defender a contravenção, mas não foi preso

neguinho_beijaflor_01Hospício oficial – O Brasil é o país da piada pronta, como afirma com muita propriedade o jornalista José Simão, da “Folha de S. Paulo”. Sabem os brasileiros de bem que contravenção é crime, mas no Brasil dos desmandos petistas isso é um mero detalhe. A sensação de impunidade que reina no País é tamanha, que há quem use os veículos de comunicação para defender a ilegalidade, o desmando.

Sambista conhecido e interprete oficial dos sambas-enredos da Beija-Flor, escola de samba da cidade de Nilópolis, no Rio de Janeiro, Luiz Antônio Feliciano Marcondes, nacionalmente conhecido como “Neguinho”, abusou da ousadia e, em claro desafio às autoridades, defendeu a contravenção, fonte de financiamento do carnaval do Rio de Janeiro, assim como de outras cidades brasileiras.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (19), Neguinho da Beija-Flor disse que o dinheiro sujo custeou o carnaval carioca. A afirmação do sambista não é novidade para a extensa maioria dos brasileiros, mas configura uma afronta ao Estado Democrático de Direito e à legislação vigente. A bordo de interpretação mais apurada das leis pode-se afirmar que Neguinho está a fazer apologia ao crime. Sem contar que os bicheiros do Rio de Janeiro, patronos de muitas escolas de samba, ganham dinheiro não apenas com a chamada “zooteca”, mas com máquinas caça-níqueis, tráfico de drogas, sem contar os assassinatos que ocorrem no meio.

“Se não fosse a contravenção meter a mão no bolso, organizar, estaríamos ainda naquele negócio de arquibancada caindo, desfile terminando duas horas da tarde, cada escola desfilando duas, três horas e a hora que quer. E a coisa se organizou”, afirmou o sambista. Na sequência, “Neguinho da Beija-Flor” subiu a rampa da ironia e afirmou: “Se hoje temos o maior espetáculo audiovisual do planeta, agradeça à contravenção”.

Fosse o Brasil um país minimamente sério e com autoridades igualmente responsáveis, a diretoria da Beija-Flor de Nilópolis e seu “puxador oficial’ estariam presos por crimes variados e cumplicidade criminosa. A fala de Neguinho da Beija-Flor é não apenas um deboche, mas um convite descabido e perigoso para que outros insanos passem a defender com mais ênfase o crime organizado.

Como se não bastasse o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, ter aberto a porta de seu do seu gabinete para os advogados dos quadrilheiros da Lava-Jato, agora o Brasil precisa enfrentar a verborragia insana e criminosa do sambista-mor da escola campeã do Carnaval 2015 do Rio de Janeiro. Só falta aparecer alguém para dizer que Fernandinho Beira-Mar é inocente e que jamais se envolveu com o tráfico de drogas.

Fosse cumpridor dos seus deveres, o ministro José Eduardo Cardozo já teria determinado à Polícia Federal a realização de uma operação pente fino nas principais escolas de samba do País. O grande problema é encontrar doses extras de coragem.

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