Alvaro Dias, Ricardo Ferraço e Cristovam Buarque repudiam prisão do prefeito de Caracas

alvaro_dias_35Fazendo coro – O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou nesta sexta-feira (20) que o governo brasileiro, assim como o Ministério das Relações Exteriores, não pode manter silêncio diante da prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, que se opõe ao governo da Venezuela comandado pelo tiranete fanfarrão Nicolás Maduro. Na opinião do senador paranaense, esse foi mais um ato de violência e autoritarismo de um governo ditatorial que se esconde sob a “vestimenta da democracia”, mas que é corroído diariamente pela incompetência e corrupção.

“O mundo democrático deve repudiar o ato, já reconhecido como mais uma violência a consagrar o autoritarismo por parte do governo venezuelano”, declarou Alvaro Dias.

O próprio Maduro utilizou cadeia de rádio e televisão para anunciar ao país a prisão do opositor, ocorrida na noite de quinta-feira (19). Segundo o ditador venezuelano, o prefeito foi detido por ordem da Procuradoria, por tentar promover um golpe de estado no país, contando para isso com o apoio do governo norte-americano. Assim como fazia o finado Hugo Chávez, líder do boquirroto “socialismo do século XXI”, Maduro culpa os Estados Unidos pelo fracasso evidente de um regime autoritário e obstuso.

O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), ex-presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), também criticou a prisão de Ledezma. Para o senador capixaba, a medida foi um “ato de violação” às liberdades individuais e políticas. “Vemos com preocupação essa violação aos direitos humanos, à liberdade e à democracia”, disse o peemedebista.

Ferraço considera degradante a situação a que outros representantes da oposição estão sendo submetidos pela gestão de Maduro, como Leopoldo López, preso há mais de um ano. O ex-prefeito de Chacao foi apontado como o principal articulador dos protestos ocorridos no país em 2014 e que resultaram em mortes e derramamento de sangue. Ricardo Ferraço lembrou também que a deputada Corina Machado, figura expressiva da oposição, teve seu mandato cassado em março de 2014, após ter sido agredida fisicamente pela patrulha do Palácio de Miraflores.

Pressão

Alvaro Dias observou que as comissões permanentes ainda não foram constituídas. Não há, portanto, como acionar no momento a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), responsável para analisar o episódio da prisão de Ledezma.

Ele acrescentou que embora o Senado não tenha muito que fazer diante do caso, individualmente os parlamentares podem exigir que o governo se manifeste diante do episódio, adotando “ação firme” para condenar a prisão. Mas o senador avalia que o silêncio não será surpresa pois, segundo ele, os dois últimos governos sempre preferiram “passar a mão sobre a cabeça de ditadores mudo afora”.

“Mas nossa obrigação é exigir que se pronuncie, adotando posição à altura das tradições democráticas brasileiras”, afirmou o senador tucano.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) também considera necessário pressionar o governo brasileiro a tomar uma posição contrária ao ato de Maduro, mas isso dificilmente ocorrerá, pois o diretório nacional do PT já divulgou nota em apoio ao ditador venezuelano.

Buarque entende que o governo brasileiro deve se manifestar sobre o caso publicamente e pelas vias diplomáticas, mostrando que a população brasileira está preocupada com a democracia em todo o continente.

“Há uma profunda preocupação com os riscos que pesam sobre a democracia com gestos como esse” afirmou Cristovam, que considera a prisão do prefeito um dos gestos mais graves já perpetrados pelo presidente Nicolás Maduro. Na interpretação do senador, ao mandar prender um político pelo simples fato de ser um opositor, Maduro mostra que seu governo é “muito autoritário”. (Com informações da Agência Senado)

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