Boko Haram segue a toada do “Estado Islâmico” e divulga vídeo de decapitação

(E. Braun - Reuters)
(E. Braun – Reuters)
Papel carbono – A organização radical islâmica Boko Haram, que atua majoritariamente no nordeste da Nigéria, divulgou um vídeo que sugere a decapitação de dois reféns – numa demonstração de que pode estar começando a usar uma técnica similar à do “Estado Islâmico”.

No vídeo, tornado público na segunda-feira (2), dois extremistas aparecem de pé, armados com fuzis, atrás de dois homens ajoelhados com as mãos amarradas atrás das costas. À frente, um militante segura uma faca em ameaça aos reféns.

Um dos radicais fala, diante da câmera, que os reféns foram pagos por autoridades para espionar o grupo terrorista. Depois, o vídeo salta para outra cena, mostrando seus corpos decapitados. Não foi possível determinar data, identidade dos reféns e autenticidade do vídeo.

O vídeo, que usa técnicas avançadas de produção gráfica e edição, aumenta as preocupações de que o Boko Haram estaria expandindo a sua área de influência e buscando inspiração em outras redes terroristas, como a Al Qaeda e o “Estado Islâmico”.

Em sua luta para estabelecer uma teocracia islâmica no norte da Nigéria, os militantes do Boko Haram já mataram milhares de pessoas e sequestraram outras centenas, tendo intensificado seus ataques na fronteira com Camarões, Chade e Níger.

Na segunda-feira, tropas do Chade cercaram o Boko Haram na cidade nigeriana de Dikwa, de importância estratégica e que estava nas mãos dos terroristas. Antes de fugirem, os militantes do Boko Haram teriam matado dezenas de civis.

Paralelamente, tropas nigerianas repeliram um ataque do Boko Haram a Konduga, situada a sudoeste de Dikwa, matando mais de 70 insurgentes. As Nações Unidas afirmaram nesta terça-feira que as lutas provocaram a fuga de 16 mil nigerianos para o Chade só no último fim de semana.

Desde que o levante do grupo radical islâmico teve início, há seis anos, mais de 1,6 milhão de pessoas foram forçadas a deixar suas casas na Nigéria e centenas de jovens foram sequestrados, segundo a ONU.

Os levantes também aumentaram a preocupação internacional com o número de vítimas: cerca de 10 mil pessoas foram mortas somente no ano passado. Em comparação: nos quatro anos anteriores, a atuação do Boko Haram foi responsável pela morte de 2 mil pessoas. (Com agências internacionais)

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