Petrolão: Dilma está no centro da crise e proposta de pacto com oposição é grande equívoco

dilma_rousseff_493Olho do furacão – A presidente Dilma Vana Rousseff está no cerne do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história da humanidade, e a tentativa desesperada do PT de propor um pacto nacional aos partidos da oposição revela a gravidade da crise político-institucional que chacoalha Brasil.

A avaliação foi feita neste sábado (7) pelo presidente nacional do PPS, Roberto Freire, para quem a investigação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em torno do ex-ministro Antonio Palocci Filho (PT-SP) pode resultar até no impeachment da presidente.

De acordo com trecho da de depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Palocci teria recebido R$ 2 milhões do esquema criminoso para abastecer o caixa da campanha de Dilma em 2010. Já o doleiro Alberto Youssef afirmou em depoimento, na esteira de acordo de delação premiada, que Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e os ex-ministros Gilberto Carvalho, Ideli Salvatti, Gleisi Hoffman, Antonio Palocci, José Dirceu e Edson Lobão sabiam do esquema.

“Essa investigação pode acabar até em impeachment. Por isso o PT, desesperado, está lançando essa ideia de pacto e alguns setores da oposição estão admitindo isso. Além de oportunismo total, trata-se de um profundo equívoco. Isso lembra os estertores do governo Collor”, alerta o presidente do PPS.

Para Freire é hora da oposição se reunir e discutir os encaminhamentos políticos que serão tomados daqui para frente. “Até porque aquilo que era um desmantelo de governo, agravado pela crise econômica, se transformou numa grave crise política e institucional”.

Saindo na frente

Os leitores do UCHO.INFO souberam com antecedência, mais precisamente em 29 de agosto de 2014, que a Operação Lava-Jato havia subido a rampa do Palácio do Planalto e colocado na alça de mira a presidente da República e seu antecessor, o agora lobista Lula.

Um esquema de corrupção que deixa um prejuízo bilionário no caixa da maior empresa brasileira não acontece sem que o staff presidencial autorize a ação criminosa, não sem antes ser partícipe da bandalheira. O fato de Youssef ter citado o nome de Luiz Inácio da Silva é motivo suficiente que o ex-metalúrgico seja investigado, já que desde 31 de dezembro de 2010 voltou a ser um cidadão comum, ou seja, passível de investigação e responsabilização por crimes cometidos, se for o caso.

Em depoimento prestado às autoridades que integram a força-tarefa da Lava-Jato, o doleiro não deixa dúvidas de que o núcleo duro da Presidência da República sempre soube do carrossel de corrupção que foi criado pelo finado deputado José Janene (PP-PR) e que funcionou na Petrobras durante uma década.

Confira abaixo trecho do depoimento de Alberto Youssef ou clique para conferir a íntegra do documento:

“ALBERTO YOUSSEF (Termo de Colaboração 02) afirmou que GLEISI HOFFMAN, já agora Senadora da República e ocupando cargo na Administração Direta, tinha conhecimento da estrutura que envolvia a distribuição e repasse de comissões no âmbito da PETROBRAS SA e que ela própria havia se beneficiado dessa distribuição.

Disse: QUE, em complementação ao termo de declarações realizado na data de ontem, o declarante gostaria de ressaltar que tanto a presidência da Petrobras, quando o Palácio do Planalto tinham conhecimento da estrutura que envolvia a distribuição e repasse de comissões no âmbito da estatal;

QUE indagado quanto a quem se referia em relação ao termo “Palácio do Planalto”, esclarece que tanto a presidência da República, Casa Civil, Ministro de Minas e Energia, tais como LUIS INACIO LULA DA SILVA, GILBERTO CARVALHO, ILDELI SALVATTI, GLEISE HOFFMAN, DILMA ROUSSEFF, ANTONIO PALOCCI, JOSÉ DIRCEU e EDSON LOBÃO, entre outros relacionados; QUE esclarece ainda que eram comuns as disputas de poder entre partidos relacionadas à distribuição de cargos no âmbito da Petrobras e que essas discussões eram finalmente levadas ao Palácio do Planalto para solução; QUE reafirma que o alto escalão do governo tinha conhecimento”.

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