PMDB empareda Dilma Rousseff mais uma vez e pressiona o governo a cortar ministérios

dilma_rousseff_477Sem saída – Mesmo após a presidente Dilma Rousseff ter declarado que não fará reforma ministerial, o PMDB, principal partido da base aliada, está pressionando o governo a reduzir o número de ministérios de 39 para 20. Vale lembrar que esta semana o partido foi responsável pela demissão de Cid Gomes do Ministério da Educação, após a bancada peemedebista ameaçar retirar o apoio ao governo, caso seu pedido não fosse acatado pela presidente da República.

Após reunião na quinta-feira (19), a bancada do PMDB na Câmara doa Deputados anunciou que dará prioridade a três medidas que, apesar do grande apelo popular, vão contra aos interesses do Planalto e do PT. Entre elas está a redução do número de pastas na Esplanada.

O partido pediu que a proposta de emenda à Constituição (PEC) de autoria do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fosse pautada para a próxima terça-feira (24) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Segundo o partido aliado, já que o governo defende um controle nos gastos, atingindo inclusive os direitos dos trabalhadores, o ideal é que o corte também seja feito “na carne”. O líder Leonardo Picciani (RJ) argumentou que “é fundamental que num momento em que se propõe ao país um ajuste das contas públicas, o poder Executivo dê uma demonstração clara e inequívoca com o compromisso do corte de gastos. Esse seria um sinal para a sociedade sobre a necessidade desse ajuste”.

Imediatamente os deputados petistas foram contra a ideia. “Esse assunto não está em discussão. Vamos avançar no pacote anticorrupção”, diz o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC).

“Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”

Apesar da proposta, o PMDB é hoje um dos principais beneficiados no loteamento de Dilma na Esplanada, com sete ministérios. Porém, o partido acusa que lhe foram entregues três pastas com status de secretaria (Aviação, Portos e Assuntos Estratégicos), tendo importância apenas os ministérios de Minas e Energia, Agricultura e Turismo. O partido também está à frente do inexpressivo Ministério da Pesca, encabeçado por Helder Barbalho, filho do político paraense Jader Barbalho, que perdeu as eleições passadas para governador no estado, e como alento, levou a pasta.

Aproveitando o clamor popular, o PMDB ainda decidiu recuar em trecho do Orçamento, aprovado na última terça-feira, que prevê três vezes mais recursos para o fundo partidário, dinheiro público destinado aos partidos políticos. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi quem incorporou a mudança, alegando que a medida seria um teste para o financiamento público dos partidos. Por outro lado, peemedebistas defendem que as campanhas eleitorais possam continuar sendo custeadas com recursos privados, ao contrário do que querem os petistas. Do plenário, o deputado Leonardo Picciani pediu que a presidente Dilma Rousseff vete a medida. (Por Danielle Cabral Távora)

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