Banco Central acaba com programa de intervenção diária no mercado de câmbio e dólar volta a subir

dolar_53Quartel de Abrantes – O dólar voltou a subir na manhã desta quarta-feira (25), reagindo ao anúncio do fim dos leilões diários de swap cambial. A alta reflete as persistentes preocupações com o cenário político, além das incertezas sobre o início do aperto monetário nos Estados Unidos. A retomada da demanda, após a moeda norte-americana acumular perdas de 5,16% ante o real nas últimas três sessões, reflete ajustes de posições, porque muita gente ainda contava com a possibilidade de continuidade desse programa, que corresponde à venda de dólares no mercado futuro.

No mercado de câmbio à vista, o dólar abriu com forte alta, de 1,12%, a R$ 3,160 – na máxima. No meio da manhã, estava na mínima, a R$ 3,1290 (+0,13%), pressionado pelas perdas externa da divisa dos EUA frente o euro e o iene, na esteira da inesperada queda nas encomendas de bens duráveis no país em fevereiro, em -1,4%, ante previsão de alta de 0,2%. Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar oscilava com sinais mistos: caía frente ao dólar australiano e aos pesos chileno e mexicano, mas subia frente a rupia indiana e a lira turca.

Na BM&FBovespa, no mesmo horário, o contrato de dólar futuro para abril já caía 0,32%, a R$ 3,1375, após iniciar o dia em alta, a R$ 3,1780 (+1,18%). A mínima desse contrato é de R$ 3,1325 (-0,46%).

O Banco Central anunciou, além de acabar com os leilões diários, que os swaps cambiais que vencerão a partir de 1º de maio deste ano serão renovados integralmente. Atualmente, o BC possui posição comprada em swaps de 2.290.360 contratos, o equivalente a US$ 114,518 bilhões, o que equivale a estar vendido em dólar e comprado em taxa de juros. Já os bancos, fundos de investimento nacionais e investidores detêm posição vendida em swap cambial, porque estão comprados em dólar e vendidos em taxa de juros.

Após o esclarecimento da dúvida que vinha adicionando volatilidade aos negócios, o mercado cambial agora deve focar na política interna, especialmente nos ruídos entre Congresso e governo em torno das medidas de ajuste fiscal, e também nos indicadores de emprego, atividade e inflação dos Estados Unidos, em razão das dúvidas sobre o início do aperto monetário no país. (Por Danielle Cabral Távora)

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