BC traz novas projeções para a economia e mostra que brasileiro deve se preparar para o pior

crise_economica_21Hora do horror – Como faz semanalmente, o Banco Central divulgou nesta segunda-feira (30) mais uma edição do temido Boletim Focus, que, a reboque da opinião de economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País, traz projeções nada animadoras para o cenário econômico nacional.

Analistas do mercado financeiro, pessimistas com o futuro das medidas econômicas apresentadas pelo governo do PT, elevaram a previsão de fechamento da Selic, a taxa básica de juro da economia, em 2015. Da projeção de 13% que vinha se mantendo nas últimas semanas, a estimativa passou para 13,25% ao ano. O que aumenta a dívida da União e inibe ainda mais o consumo interno.

Como se não bastasse, os especialistas mais uma vez aumentaram a previsão de retração da atividade econômica. Isso porque investidores reduziram a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB), de recuo de 0,78% para encolhimento de 1%.

A elevação da projeção da Selic significa que o mercado financeiro aposta que o Comitê de Política Monetária (Copom) suba a taxa básica de juro em mais 0,5 ponto percentual ainda este ano. Em 2015, o Copom já aumentou a Selic em 1 ponto percentual, com duas elevações de 0,5 ponto percentual, nas reuniões de janeiro e março. A próxima reunião do comitê está marcada para os dias 28 e 29 de abril.

Os economistas ouvidos pelo BC mantiveram estável a projeção para a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que passou de 8,12% para 8,13%. A expectativa de alta a partir dos preços administrados, regulados pelo governo ou por contrato, saltou de 12,6% para 13%. Em outro vértice da crise, a elevação dos chamados preços administrados – energia, gasolina e transporte – é responsável por boa parte da inflação. A estimativa para o dólar até o final de 2015 subiu de R$ 3,15 para R$ 3,20.

Analisados conjunta e isoladamente, os quesitos acima mostram, sem deixar dúvidas, que os brasileiros devem se preparar para um cenário ainda pior. No momento em que aposta para a taxa básica de juro se eleva, significa que o crédito ficará ainda mais caro, ao passo que a dívida do governo aumenta de forma automática. O que deve ser interpretado como menos consumo interno e retração nos investimentos por parte do governo, que terá de economizar ainda mais para pagar as dívidas.

Em relação à inflação oficial, a previsão de alta, que ultrapassa com folga o teto (6,5%) do plano de meta estabelecido pelo governo, faz com que o trabalhador mais uma vez seja chamado para pagar a conta gerada pela incompetência palaciana. Isso porque a inflação, o mais temido fantasma na seara da economia, corrói o salário, diminuindo o poder de compra e desestimulando a economia como um todo.

No tocante à cotação do dólar, a previsão de R$ 3,20 ao final de 2015 evidencia a dificuldade que a equipe econômica do governo terá para conter a inflação. Até recentemente, ainda no primeiro governo de Dilma Rousseff, a receita do então ministro Guido Mantega (Fazenda), era insistir na desvalorização do dólar frente ao real como forma de garantir o abastecimento do mercado nacional e atender à demanda interna. O que por sua vez mantinha, em tese, a inflação sob controle. Acontece que essa fórmula, que só funciona em curtos períodos, fracassou, assim como outras tantas incursões do governo para estimular a economia.

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