Germanwings: segunda caixa-preta confirma que copiloto derrubou avião

andreas_lubitz_04Prova dos nove – Nesta sexta-feira (3), o Escritório de Investigações e Análise (BEA) da França revelou que uma primeira análise da segunda caixa-preta do Airbus A320 da Germanwings, que caiu nos Alpes franceses no dia 24 de março, aponta para uma ação deliberada do copiloto.

A segunda caixa-preta, que registra os parâmetros técnicos do voo, indica que Andreas Lubitz acionou o piloto automático para iniciar a descida e que, após isso, o modificouvárias vezes para aumentar a velocidade da aeronave.

A promotoria alemã, que investiga as possíveis motivações que levaram Andreas Lubitz a provocar a morte de 149 pessoas, revelou que o copiloto pesquisou sobre métodos suicidas e a segurança da cabine do piloto nos dias que antecederam a queda do avião nos Alpes Franceses.

Termos de busca encontrados no navegador de internet do tablet de Lubitz mostraram os primeiros indícios de que as ações podem ter sido premeditadas.

De acordo com o porta-voz da promotoria de Düsseldorf, Ralf Herrenbrueck, o copiloto “se informou sobre os tipos e formas de suicídio”.

“Além disso, ao menos uma vez ele se ocupou, por diversos minutos, em pesquisar na internet sobre as portas do cockpit”, completou Herrenbrueck.

Após ouvir às gravações de voz do cockpit, investigadores acreditam que Lubitz, de 27 anos, trancou o piloto para fora da cabine do Airbus A320 e, por vontade própria, jogou o avião contra as montanhas francesas, matando todos os 150 passageiros, incluindo a tripulação.

Novas informações divulgadas pelo jornal alemão “Bild” mostram que Lubitz teria mentido para seus médicos, afirmando que estava de licença médica quando na verdade pilotava aviões comerciais.

Caso o copiloto tivesse confessado a seus médicos que ainda trabalhava para a Germanwings, eles poderiam ter quebrado a confidencialidade de seu paciente e informado seus empregadores sobre os riscos que o piloto poderia causar aos passageiros.

A Lufthansa, controladora da empresa aérea de baixo custo, revelou que foi informada das condições médicas passadas de Andreas Lubitz, o qual entregou à escola de voo da empresa documentos mostrando que havia passado por “episódio prévio de depressão severa”. (Por Danielle Cabral Távora)

(B. Horvat - AFP - Getty Images)
(B. Horvat – AFP – Getty Images)

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