Dilma Rousseff reúne-se em palácio com coordenação política do governo após manifestações

(Uslei Marcelino - Reuters)
(Uslei Marcelino – Reuters)
Operação rescaldo – Na manhã desta segunda-feira (13), a presidente Dilma Rousseff comandou reunião da coordenação política do governo, com a presença do novo articulador do Palácio do Planalto, o vice-presidente da República, Michel Temer. O encontro ocorreu após os protestos de domingo (12), que contaram com adesão menor, porém bastante significativa, de manifestantes em relação ao realizado um mês atrás, no dia 15 de março.

Espera-se que nos próximos dias o governo comece a fazer as nomeações para o segundo e o terceiro escalões de forma a estancar a crise com os aliados no Congresso Nacional, principalmente o PMDB, partido de Michel Temer.

Vale ressaltar que, na nova função de articulador político, caberá ao vice-presidente a tarefa de melhorar a relação do Executivo com o Legislativo, tarefa que é considerada difícil, pois os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, respectivamente, não demonstraram, por enquanto, disposição para ceder.

Esta semana é considerada decisiva para o governo no Congresso. Na pauta da Câmara está a votação de destaques ao projeto que amplia a terceirização no País, cujo texto-base foi aprovado na última semana, em mais uma sonora derrota do governo na Casa legislativa.

Já no Senado, a previsão é que os parlamentares analisem a proposta que fixa prazo para a entrada em vigor dos novos indexadores das dívidas de Estados e municípios com a União.

A grande questão que dificulta qualquer incursão palaciana no Congresso é que Cunha e Calheiros ainda não digeriram a lista de políticos investigados no escândalo do Petrolão, formulada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot Monteiro de Barros. Cunha, em especial, está disposto a enfrentar com frieza e determinação todos aqueles que tentaram derrubá-lo em sua caminhada ao comando da Câmara.

Eduardo Cunha, que já manifestou de maneira pública sua decisão de não depor no inquérito que está em curso por determinação do Supremo Tribunal Federal, a pedido de Janot, é um profissional da política e sabe jogar nos bastidores do poder. Haja vista os últimos acontecimentos envolvendo o governo e a presidente Dilma. No momento em que Cunha anunciou, em primeira mão, a demissão do então ministro da Educação, Cid Gomes, ficou claro que o governo do PT estava em processo de esfacelamento. (Por Danielle Cabral Távora)

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