Turistas recebem alerta do governo norte-americano sobre risco de dengue no Brasil

dengue_02Fim de linha – Na segunda-feira (20), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão do governo norte-americano, emitiu alerta em seu site aos turistas para o risco de contrair dengue e malária em viagens ao Brasil. O texto informa que, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), houve o registro de 224.101 casos e 52 mortes só neste ano. São Paulo, Goiás e Acre são os Estados mais afetados.

Em escala de 1 a 3, o País foi classificado como risco nível 1, de atenção, significando que o viajante deve adotar precauções. Libéria e Serra Leoa, por exemplo, são nível 3, por causa do Ebola, por isso devem ser evitados.

O Ministério da Saúde considerou a medida “adequada”. “O Brasil de fato está enfrentando epidemia de dengue em algumas regiões e cabe o aviso aos viajantes”, afirmou o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis, Cláudio Maierovitch.

O CDC ressaltou que não há vacina nem remédio eficaz para prevenir a dengue e os viajantes devem usar repelentes. O centro sugere que os turistas se vistam com calças e camisas de mangas compridas e, caso usem filtro solar, o repelente deve ser aplicado em seguida. “A pessoa só se torna imune à dengue se foi infectada pelos quatro sorotipos da doença. E, se já teve infecção anterior, a chance de ter a forma grave da dengue é maior. Nesse sentido, é indiferente que o turista nunca tenha tido contato com a doença”, explicou Maierovitch.

O órgão norte-americano também emitiu alertas a respeito de malária. No final de março, o Brasil foi classificado como risco nível 1, por causa do registro de 23 casos de transmissão da doença no Rio e 5 em Goiás. A transmissão local significa que mosquitos foram infectados pela malária e estão espalhando a doença para a população, alerta o órgão. O centro recomenda que pessoas que estejam viajando para Goiás ou para a Região Serrana e áreas de Mata Atlântica do Rio também se protejam.

Segundo Denise Valle, pesquisadora do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), esse tipo de alerta é “mais ou menos recorrente” e se justifica no caso da dengue. “Estamos no meio de um surto e precauções devem ser tomadas”, disse.

Denise ressaltou que as medidas mais eficazes para o combate à dengue são as preventivas, como controle de criadouros e saneamento básico. Porém, no caso da malária, a pesquisadora considera que houve “certo exagero” do órgão internacional. “É um pequeno surto, muito localizado, no interior do Rio. De vez em quando acontecem esses casos, mas 99% dos registros de malária são na Região Amazônica. Isso ocorre porque os mosquitos encontrados na Região Sudeste, por exemplo, são maus transmissores.”

Alexandre Chieppe, superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Saúde do Estado do Rio, disse diz que a própria secretaria emitiu um alerta para malária em março, para chamar a atenção de pessoas que visitaram áreas de Mata Atlântica em Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis e Miguel Pereira. “Esse tipo de alerta, se for direcionado e emitido de forma a não causar pânico, deve ser feito de forma rotineira. No ano passado, fizemos o mesmo com quem estava indo para a Europa, por causa dos casos de sarampo”, finalizou Chieppe. (Por Danielle Cabral Távora)

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