Banco dos EUA alerta que dívida da Petrobras é muito alta e recomenda venda das ações da estatal

petrobras_15Fundo do poço – No domingo (26), o banco norte-americano Morgan Stanley enviou nota na qual recomenda aos seus clientes que vendam suas ações da Petrobras. De acordo com a instituição financeira ianque, o motivo é o fato de os níveis da dívida da companhia estarem “altos demais” e sem condições de serem de suportados pelo fluxo de caixa operacional.

O documento, assinado pelos analistas Bruno Montanari e Madalena Carmona e Costa, afirma que a aceleração da dívida da Petrobras não é mais uma ameaça e que a empresa tem recuperado o acesso ao mercado de dívida.

Contudo, esse descompasso entre dívida e fluxo de caixa deve prevalecer nos próximos quatro anos, com a expectativa de que os investimentos superem a geração de caixa, em cerca de US$ 6 bilhões, em média.

Segundo os analistas, os cortes de investimentos anunciados até agora contribuíram para a desalavancagem, mas não são suficientes para corrigir completamente o balanço. O banco também cortou sua estimativa de lucro da Petrobrás para o biênio 2015-2016 em 30%. O preço-alvo caiu 15%, a US$ 8,50.

A nota do Morgan Stanley enviada aos clientes investidores mostra que o discurso da presidente Dilma Vana Rousseff sobre a Petrobras é mais um absurdo com a chancela do Palácio do Planalto. Há dias, após a divulgação do balanço auditado da companhia, o que aconteceu com quase cinco meses de atraso, a petista disse que a Petrobras havia virado a página.

Dilma referia-se ao Petrolão, escândalo de corrupção que ainda está no começo e com fôlego para render escabrosos capítulos extras. É inimaginável que um escândalo de corrupção de proporções bilionárias desapareça no vácuo da publicação de um balanço contábil, como se o documento fosse uma espécie de borracha. Como afirmou o UCHO.INFO, o balanço da Petrobras foi uma obra de ficção, apenas para inglês ver.

Os auditores mostraram doses de irresponsabilidade ao calcular as perdas com o escândalo de corrupção com base nos depoimentos dos delatores da Operação Lava-Jato, como esses alarifes tivessem revelado a verdade por inteiro. (Danielle Cabral Távora com Ucho Haddad)

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