Investigação do MP contra Lula torna inquestionável CPI do BNDES, afirmam líderes oposicionistas

lula_380Nocaute político – O senador Ronaldo Caiado (Democratas-GO) declarou nesta sexta-feira (1) que a investigação do Ministério Público contra o ex-presidente Luiz Inácio da Silva por tráfico de influência no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é mais uma prova de todas as denúncias de corrupção que a oposição vem fazendo em relação ao banco estatal de fomento.

Reportagem da revista Época mostrou que o MP tem documentos e depoimentos com indícios de que Lula teria atuado para favorecer empréstimos do BNDES para a construtora Odebrecht realizar obras em países como Gana, Cuba, Republica Dominicana e Angola.

Para o líder do Democratas no Senado Federal, a suspeita contra o ex-metalúrgico revela um padrão de atuação do BNDES no governo do PT que privilegia o calendário eleitoral desses países, a reorientação das obras para empreiteiras que sustentem os “mimos” de Lula e caixa 2 de campanha no Brasil. Esse cenário no mínimo criminoso caracteriza mais um grande esquema de corrupção praticado pelo PT. “Todas essas denúncias só serão esclarecidas com a CPI do BNDES, atesta.

“Essas informações que estão vindo a tona só confirmam os depoimentos dos delatores do processo da operação Lava Jato. É um enorme esquema de corrupção que envolve a Petrobras, BNDES com tentáculos em empreiteiras e frigoríficos. No dia da audiência pública com o presidente do BNDES (Luciano Coutinho) já havíamos denunciado a coincidência das viagens de Lula com a liberação de recursos e aprovação de obras nesses países. Mostrei que 57% dos financiamentos do BNDES para exportação de serviços de, 2007 a 2014, foram para Cuba, Angola, Argentina, Venezuela e República Dominicana”, disse Caiado ao mencionar audiência pública com Coutinho na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, realizado em 14 de abril.

“Faltam apenas poucas assinaturas para protocolarmos a CPI. Precisamos priorizar informações que comprovem a ingerência política no banco público que mudou seu perfil e age conforme estratégia do Foro de São Paulo. É possível visualizarmos como padrão a forma atuação do BNDES: a coincidência com o calendário eleitoral desses países; a reorientação das obras para alimentar caixa 2 de campanha no Brasil bem como atender aos ‘mimos’ de Lula e a caracterização de mais um grande esquema de corrupção praticado pelo PT”, concluiu.

PPS também protesta

Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), considerou de “extrema gravidade” a investigação aberta pelo MP para investigar Luiz Inácio da Silva, o agora bem sucedido lobista de empreiteira. Lula é acusado de ajudar a Odebrecht em contratos de ao menos US$ 4,1 bilhões em projetos financiados pelo banco estatal em vários países durante o seu governo e o de Dilma.

“A CPI do BNDES precisa começar a funcionar o mais breve possível para contribuir com as investigações do Ministério Público, e a Justiça apurar e julgar com celeridade essa denúncia de extrema gravidade contra um ex-presidente da República, que atua sem limites para atender a demanda da custosa máquina petista por meio do tráfico de influência”, afirmou Bueno, autor do pedido de criação da CPI.

“Não há como não investigar a fundo o tráfico de influência exercido por Lula porque os casos envolvendo integrantes do governo do PT já têm extenso repertório de escândalos, no qual figuram Rosemary Noronha e Erenice Guerra. A existência de um padrão no modus operandi do PT, que triangula o dinheiro da propina em paraísos fiscais, reforça ainda mais a instalação da CPI pelo fato de Lula operar em benefício da Odebrecht na América Latina e na África”, defende o líder do PPS.

Rubens Bueno disse que protocolará, na próxima semana, duas PFCs (Proposta de Fiscalização e Controle) na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para o TCU (Tribunal de Contas da União) auditar o contrato do BNDES com o governo da República Dominicana para a construção de usinas termelétricas, no valor de 2 bilhões de dólares; e com o governo de Gana, para a construção de um corredor rodoviário, estimado em 290 milhões de dólares.

“O caráter sigiloso dos contratos não pode impedir que o Congresso Nacional atue para exercer seu dever constitucional de fiscalizar os atos do Executivo”, afirmou o parlamentar, que também ingressou com outra PFC para passar um pente fino na atuação do BNDES no financiamento do Porto de Mariel, em Cuba.

“A imediata instalação da CPI do BNDES se mostra mais do que necessária para abrirmos a caixa preta do banco e conhecermos a exata dimensão do buraco negro do dinheiro público aberto pela gestão petista”, diz Bueno.

apoio_04