Reino Unido: boca de urna aponta partido de Cameron à frente na acirrada eleição

david_cameron_04Olho mecânico – O Partido Conservador, do primeiro-ministro David Cameron, está em vias de conquistar a maioria dos assentos na Câmara dos Comuns do Parlamento do Reino Unido, de acordo com pesquisas de boca de urna divulgadas pela imprensa britânica nesta quinta-feira (7).

As pesquisas colocam os conservadores com 316 assentos, e os opositores do Partido Trabalhista com 239. Em terceiro lugar ficaria o Partido Nacional Escocês (SNP), que deverá ocupar 58 das 59 cadeiras destinadas à Escócia em Westminster. Nas últimas eleições, os escoceses independentistas conquistaram seis assentos.

Se as previsões se confirmarem, os conservadores precisarão apenas manter o apoio dos liberal-democratas, que teriam alcançado dez assentos, para ter a maioria das 650 cadeiras da Câmara. Os “lib-dems”, como são informalmente chamados os integrantes da legenda, perderam 46 deputados, na comparação com a eleição anterior.

A combinação de 326 assentos para conservadores e liberal-democratas, mesma coalizão que governa o Reino Unido desde 2010, indica que David Cameron deve permanecer no cargo, assim como ocupando o imóvel localizado no número 10 da Downing Street, na sisuda Londres, residência oficial do premiê britânico.

O resultado das pesquisas foi divulgado às 23h (horário de Londres), imediatamente após o fechamento das urnas. A apuração acontece ao longo da madrugada, mas a divisão efetiva das cadeiras na Câmara é aguardada apenas para a tarde de sexta-feira (8).

Conservadores e trabalhistas

O Partido Conservador promete empregos e recuperação econômica e anunciou uma redução do imposto de renda para 30 milhões de pessoas. Se vencer, Cameron também prometeu um referendo sobre a permanência ou não do Reino Unido na UE para 2017.

O Partido Trabalhista, por sua vez, afirma que aumentará o imposto de renda para o 1% que ganha mais no país e que defenderá os interesses das famílias trabalhadoras e o financeiramente abalado Serviço Nacional de Saúde.

Se nenhum dos dois partidos conseguir negociar a maioria, as negociações com outras legendas deverão começar na própria sexta-feira. O resultado pode ser uma coalizão – como a que Cameron vem liderando nos últimos cinco anos, com o Partido Liberal Democrata – ou um frágil governo minoritário, obrigado a fazer acordos para conseguir apoio em questões-chave.

O Partido Nacional Escocês (SNP), a favor da independência da Escócia, disse que apoiará um governo minoritário do Partido Trabalhista, mas não do Conservador. Já os liberal-democratas, atuais parceiros de Cameron, dizem estar abertos para trabalhar com qualquer um dos dois grandes partidos.

O novo governo, liderado por Cameron ou por Miliband, enfrentará o primeiro grande desafio no próximo dia 27 de maio, quando parlamentares votarão o programa legislativo, após o tradicional discurso da rainha Elizabeth II. (Com agências internacionais)

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