Debaixo de acusações de corrupção em seu governo, Beto Richa pede socorro a tucanos no Congresso

beto_richa_13Quem vê, pensa… – Desde que o escândalo do Petrolão veio à tona, o que aconteceu com a deflagração da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, o Partido dos Trabalhadores, o maior implicado na roubalheira, vem usando a tática rasteira que prega ser o ataque a melhor defesa. Para tanto, os petistas têm acusado outros partidos de cometerem o mesmo crime, como se corrupção pudesse ser aceita pela sociedade apenas porque a classe política, em sua maioria, é adepta da prática.

No contraponto, o PSDB, maior partido da oposição, critica os petistas por acusarem os adversários de também serem adeptos da corrupção. É importante lembrar que política é um negócio milionário e por conta disso não se faz sem dinheiro. Tanto é assim, que o Parlamento federal brasileiro, por exemplo, transformou-se em um clube privado de negócios que mantém o cidadão longe de seus direitos mais básicos e constitucionais.

Há dias, o governador do Paraná, que preza pela incompetência, foi alvejado por grave denúncia de corrupção. Um servidor da Fazenda estadual acusou Beto Richa (PSDB) de ter usado em sua campanha à reeleição dinheiro extorquido de empresários em dívida com o Fisco. De acordo com o delator do esquema criminoso, Luiz Antônio de Souza, fiscais da Secretaria da Fazenda cobraram, ao longo de dez anos, mais de R$ 50 milhões em propinas, sendo que desse total ao menos R$ 2 milhões acabaram no caixa da campanha do tucano.

Como sempre acontece quando políticos são acusados de corrupção, Richa tenta se fazer de vítima, como se os brasileiros não soubessem como funciona a política nacional. No momento em que uma campanha presidencial com chances de sucesso custa aproximadamente US$ 400 milhões, não há como acreditar que na política ingressam apenas os bem intencionados. Nesta semana que se encerra, Beto Richa esteve no Congresso Nacional, em Brasília, para conseguir o apoio do tucanato, pois sabe que sua situação no Paraná não é das melhores.

Por questões óbvias a bancada do PSDB manifestou apoio a Richa, alegando que no estado sulista o PT e seus aliados promovem perseguição política. Uma coisa é o jogo da política, que no Brasil é sujo e rasteiro, outra é querer escapar da responsabilidade a bordo de desculpas esfarrapadas. O governador paranaense sabia das irregularidades e deixou a bandidagem agir de forma deliberada, não sem antes se beneficiar dos ilícitos.

O governador tucano pode até alegar inocência ou dizer que foi traído por assessores, mas basta conferir a evolução patrimonial de pessoas próximas para perceber que algo errado aconteceu na terra das araucárias nos últimos quatros anos. O que não significa que a bandidagem não agiu de forma idêntica em anos anteriores. De tal modo, não se pode aceitar o no Planalto Central o discurso moralista de um partido que comete transgressões fora dele.

Na última terça-feira (19), o editor do UCHO.INFO conversou com pessoa próxima ao governador do Paraná, assíduo frequentador do Palácio Iguaçu, que sob a condição do anonimato afirmou que Richa sabia do que estava ocorrendo no âmbito da Fazenda estadual. Ao final da conversa, para ilustrar sua fala, o interlocutor usou a expressão “não foi por falta de aviso”. Em suma, no plano federal os tucanos acusam o PT de saquear os cofres da Petrobras e outros órgãos, mas nos estados quebram o pote. Mesmo assim, o PSDB acredita que faz oposição. Enfim…

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