Petrolão: ex-tesoureiro do PT e mais três serão transferidos para presídio por falta de espaço na PF

joao_vaccari_08Sol quadrado – Responsável pela Operação Lava-Jato na primeira instância do Judiciário, o juiz federal Sérgio Fernando Moro autorizou a transferência do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e dos ex-deputados André Vargas (ex-PT), Luiz Argôlo (SD) e Pedro Corrêa (PP), presos preventivamente, da carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Eles serão levados na terça-feira (26) para o Complexo Médico-Penal do Paraná, presídio com capacidade para 350 detentos em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

A transferência ocorrerá porque a Polícia Federal está com dificuldades para manter os presos provisórios por falta de espaço na carceragem da Superintendência da PF. Em outras fases da Lava-Jato, empreiteiros que estavam presos também haviam sido transferidos para o Complexo Médico-Penal. Hoje, a maioria dos executivos das maiores construtoras do País cumpre prisão domiciliar com tornozeleiras eletrônicas enquanto aguarda julgamento.

Moro autorizou a transferência de Vaccari e dos três ex-deputados, porém afirmou que a medida não será aplicada a Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, também preso preventivamente, pois ele deve “aguardar o próximo julgamento da ação penal já em fase final”.

O juiz aceitou, na última semana, a denúncia do Ministério Público contra os três ex-deputados e outras dez pessoas, que passaram à condição de réus por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.

Vaccari é réu em duas ações penais que tratam do escândalo do Petrolão. O petista é suspeito de ter recebido propinas na forma de doações eleitorais registradas e de ter direcionado R$ 2,4 milhões para pagamento de despesas com Editora e Gráfica Atitude, ligada ao PT.

Em um dos processos foi aceita denúncia contra outros 26 investigados na Operação Lava-Jato, entre eles o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, o empresário Adir Assad, o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Área Internacional da petroleira, Paulo Roberto Costa, o ex-gerente de Serviços, Pedro Barusco, e os empreiteiros Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, José Aldemário Pinheiro Filho, Julio Gerin Camargo e Sergio Cunha Mendes.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, além da transferência dos políticos presos na operação, também deve ocorrer na terça-feira o interrogatório do lobista Milton Pascowich, preso na 13ª fase da Lava-Jato. Ligado ao ex-ministro José Dirceu (PT), um dos petistas condenados no escândalo do Mensalão, ele é suspeito de operar um esquema de pagamento de propinas e de fazer lobby para o partido. (Por Danielle Cabral Távora)

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