Pomo da discórdia – Segundo estimativas, caso Alexandre Pato vença a ação que move contra o Corinthians, que detém seus direitos econômicos, o Timão poderá ter um rombo de cerca de R$ 90 milhões em seus cofres. O valor total é a soma do que foi pago pelo Corinthians ao Milan em 2013, acrescido dos impostos da transferência, os salários, os direitos de imagem e tributos referentes aos quatro anos de contrato, a comissão paga ao agente do jogador, Gilmar Veloz, além de encargos cobrados por Pato em seu processo.
Por outro lado, pelo menos publicamente, o time do Parque São Jorge demonstra confiança de que vencerá a ação movida pelo atual jogador do São Paulo Futebol Clube. Em entrevista no último sábado (13), o presidente alvinegro, Roberto de Andrade, confirmou que os dez meses devidos em direitos de imagem, cerca de R$ 4 milhões, foram pagos para o jogador na quarta-feira (11), um dia após a abertura do processo.
Para os advogados do Corinthians, o fato de os direitos de imagem não serem pagos diretamente a Pato, mas sim a uma empresa inglesa, indica que a quantia que estava em atraso não pode ser configurada como salário. E é com base nesse raciocínio, de que imagem é salário, que a defesa de Pato solicita a rescisão de contrato imediata por conta dos atrasos.
Os advogados do jogador pedem o pagamento de todos os salários, direitos de imagem e direitos vigentes até o fim de seu contrato até dezembro de 2016. Além disso, cobram também encargos trabalhistas de R$ 2,4 milhões.
A maior hipótese em caso de rescisão favorável a Pato seria o pagamento somente dos encargos e a liberação do Corinthians de arcar com os salários e direitos de imagem restantes até dezembro de 2016, além dos respectivos tributos. Em caso de perda do jogador, mas de ficar livre dessa dívida, os cofres corintianos teriam uma economia de cerca de R$ 16 milhões.
Entretanto, essa não é a vontade do alvinegro. O presidente quer manter o contrato com Pato vigente e fala, inclusive, na possibilidade de ele voltar ao Corinthians depois do empréstimo. Para reaver o que já foi investido, ou seja, quase R$ 70 milhões, só uma transferência para o exterior.
Inclusive, há cerca de um ano, na janela de transferências do último verão europeu, o ex-presidente Andrés Sanchez se empenhou em conjunto com o agente Giuliano Bertolucci para tentar abrir mercado para a venda de Alexandre Pato. O máximo que conseguiram foram sondagens de 10 milhões de euros que não se transformaram em propostas oficiais.
Antes de uma decisão, a justiça forneceu prazo até a próxima quarta-feira (17), para o Corinthians demonstrar que está quite com Alexandre Pato. (Danielle Cabral Távora)
