Fervura alta – Governador do Paraná, Carlos Alberto Richa, o tucano Beto Richa, vive um momento de extrema dificuldade política, cenário provocado por seguidos escândalos de corrupção. A situação é tão grave, que correligionários do governador, em conversa com o editor do UCHO.INFO, disseram que Richa deve se dar por satisfeito se acabar o mandato sem ser preso. Tal afirmação mostra não apenas a extensão do caos que escorre pelas portas do Palácio Iguaçu, sede do Executivo paranaense, mas grau de corrupção em que se encontra a máquina estadual.
Considerado a pedra no sapato do governador, o alarife Luiz Abi Antoun foi colocado em liberdade, no vácuo de decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça, depois de ser preso acusado de corrupção e atos correlatos.
Richa insiste em negar as acusações e diz que Antoun é um primo distante e sem qualquer poder de ingerência no escopo do governo, mas a história real é bem diferente da contada pelo tucano.
Tecnicamente abi Antoun é um parente distante, mas na prática sempre foi a eminência parda dos governos de Beto Richa, quiçá tenha atuado como “pedágio” do primo querido. Quem conhece as entranhas da política do Paraná sabe da relação próxima entre Rica e Antoun, algo que ganhou reforço com a morte do pai do governador, José Richa, em dezembro de 2003. Antes de despedir-se da vida, já no leito de morte, José Richa chamou Luiz Abi para uma última conversa e pediu que tomasse conta do filho Beto, o que fez com esmero e dedicação, a ponto de ir para a prisão.
Negar a relação com Antoun é mais um ato de desespero de Beto Richa, que já percebeu que seu futuro político está sobre o fio de afiadíssima navalha. Os escândalos de corrupção no governo do Paraná ainda estão nos primeiros capítulos, sendo que os desdobramentos das investigações podem complicar a situação do governador.
Abandonado por importantes lideranças políticas do Estado, que querem distância de confusões, Beto Richa tem sido infeliz ao fazer determinadas declarações. Fora do âmbito familiar, mas ainda em círculo restrito, algumas dúzias de paranaenses sabem das viagens de férias gozadas conjuntamente por Richa e Abi. Dois dos destinos preferidos da dupla é o Hotel Mabu, em Foz de Iguaçu, e algumas cidades dos Estados Unidos, para onde normalmente viajam com as respectivas famílias, Em suma, a relação e muito mais próxima do que parece.
Fora isso, Richa e Luiz Abi costumavam fretar aviões, na conta do governo do Paraná, para viagens inexplicáveis e fora da agenda oficial. Sempre com direito à presença a bordo de algumas daquelas moças que dormem à tarde e passam a noite acordadas e serelepes.
No momento em que as autoridades que investigam Richa e Abi decidirem seguir o “caminho do dinheiro” – essa é uma máxima do universo das investigações – o primeiro passo é checar as muitas viagens feitas para o outro lado da tríplice fronteira ou, então, para a capital libanesa, a bela cidade de Beirute.
Há dias, o UCHO.INFO recebeu uma mensagem, de autenticidade não comprovada, mas de conteúdo crível, que traz o conselho de um suposto amigo a Beto Richa. Em determinado ponto, o conselheiro é enfático ao afirmar: “Em 2010, foi a vez de reunir toda a sua família com a família do Luis abi e passarem dias maravilhosos em Las Vegas, para comemorar a eleição”.
Em outro trecho, o suposto amigo escreve: “Fico imaginando com que cara você olha para os funcionários do Palácio, pra tua assessoria, para os PMs da tua segurança, para os deputados, prefeitos, conselheiros do TC [Tribunal de Contas], desembargadores e diz que não tem ligação com o Luis Abi”.
O amigo vai além e emenda: “Até quando vai esta conversa de que o Luis Abi nunca ajudou na arrecadação das campanhas? Ele virou leproso agora?”. E o conselheiro continua: “Quando o velho José Richa nos deixou, sabe quem estava com ele no hospital em São Paulo? O Luis Abi”.
Para encerrar essa ópera bufa, este site destaca um trecho interessante da mensagem: “Vou te dar um conselho, pois te vi crescer e posso fazer isso. Peça uns três meses de licença, pegue o Fabio Dalazen e o Nego Scarpin e vá esfriar a cabeça em Miami. Ou pegue o André e dê uma circulada na Suíça. Espere as coisasa baixarem, por aqui. Não precisa ter medo da Cida e do Ricardo”.
