Alemanha e França tentam convencer Atenas sobre reforma previdenciária

alexis_tsipras_12Beco sem saída – Nesta sexta-feira (26), os líderes da Alemanha e da França acenaram com a possibilidade de liberação de bilhões de euros numa tentativa de última hora para convencer o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, a aceitar reformas previdenciárias controversas em troca de encher os cofres vazios de Atenas até novembro.

De acordo com uma autoridade grega, a resposta do premiê era de que ele não conseguia entender o motivo pelo qual os credores de seu país buscam impor condições tão duras em troca de dinheiro para evitar o calote iminente e o impacto na zona do euro.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, cujos países são os dois maiores credores de Atenas, realizaram uma reunião privada de 45 minutos com Tsipras antes da sessão final da cúpula da União Europeia, na qual eles repassaram os detalhes do financiamento imediato à Grécia caso o país assinar o acordo.

Os credores internacionais definiram os termos em um documento que foi enviado à Grécia nesta semana e visto pela agência Reuters nesta sexta-feira. O documento destaca que a Grécia pode ter 15,5 bilhões de euros em financiamento da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) em quatro parcelas para sustentar o país até o final de novembro, incluindo 1,8 bilhão de euros até a próxima terça-feira assim que o Parlamento de Atenas aprovar o plano.

O total é um pouco mais do que a Grécia precisa para o serviço de suas dívidas durante os próximos seis meses, porém, não contém dinheiro novo.

Uma autoridade da zona do euro revelou que os ministros de Finanças do Eurogrupo vão se reunir às 9 horas (horário de Brasília) neste sábado (27), ocasião em que a Grécia será questionada se aceita a oferta revisada da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Caso a Grécia recuse, os ministros vão passar a discutir um “Plano B”, preparando-se para limitar o dano do calote da Grécia a bancos gregos e outros países e mercados da zona do euro. (Danielle Cabral Távora)

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