Nova acareação entre Costa e Youssef pode esclarecer origem do “pixuleco” embolsado por Gleisi

gleisi_hoffmann_97Inferno astral – Ninguém mais duvida que a petista Gleisi Helena Hoffmann, senadora pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil da Presidência da República, recebeu propina – ou “pixuleco”, como prefere o tesoureiro encarcerado do PT, João Vaccari Neto – do Petrolão, esquema de corrupção investigado e desmontado pela Polícia Federal na esteira da Operação Lava-Jato, deflagrada em março de 2014.

A história, que mistura vieses de ópera bufa com pitadas de “Bonnie & Clyde”, é bem conhecida. O marido de Gleisi, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, pediu R$ 1 milhão para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que transmitiu o pedido ao doleiro da quadrilha, Alberto Youssef, que providenciou o numerário e determinou a entrega do dinheiro à petista em um shopping popular de Curitiba.

Existem pequenas divergências nas versões apresentadas pelos delatores, mas ainda não se sabe a origem do “pixuleco” embolsado por Gleisi Hoffmann. Essas lacunas poderão ser preenchidas agora. A CPI da Petrobras remarcou a acareação entre o doleiro e o ex-diretor da Petrobras para o dia 6 de agosto, uma quinta-feira, logo após o fim do recesso parlamentar que transformará o Congresso Nacional em cidade-fantasma.

Os dois selaram acordo de delação premiada e sustentam, sob pena de perderem os benefícios (redução de pena, prisão domiciliar, recebimento de parcela dos haveres recuperados), que repassaram R$ 1 milhão de propina, surrupiada da Petrobras, para a campanha de Gleisi ao Senado em 2010.

A CPI ainda informa que o encontro entre o ex-diretor da estatal Renato Duque e o ex-gerente da área Pedro Barusco foi remarcado para o dia 8 de julho. No dia seguinte, Barusco será ouvido novamente, desta vez com outro réu, o ex-tesoureiro do PT. Youssef, Duque e Vaccari seguem presos em Curitiba; o doleiro na carceragem da Polícia Federal, e os outros dois no Complexo Médico Penal em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Como se não bastasse os efeitos colaterais do seu envolvimento n maior escândalo de corrupção da história da humanidade, Gleisi Hoffmann corre o risco de perder o mandato de senadora por quebra de decoro. Por muito menos, até então, o ex-petista André Vargas Ilário perdeu o mandato parlamentar e hoje passa uma temporada forçada na carceragem da Polícia Federal, na capital dos paranaenses.

Gleisi sabe da possibilidade crescente de ser cassada, mas até agora nenhum integrante da CPI da Petrobras ousou convocar a petista para depor, possivelmente porque a bancada do PT no colegiado agiria de forma intensa para evitar a aprovação de eventual requerimento.

O desespero que toma conta de Gleisi Hoffmann é tamanho diante dos desdobramentos da Operação Lava-Jato, que sua atuação no Senado tem sido pífia, quase nula, pelo menos no plenário da Casa, onde não mais faz discursos inflamados em defesa do governo mais corrupto da história nacional. Aliás, a presidente Dilma Rousseff tem ignorado a “companheira” Gleisi, pois só assim consegue espantar para longe aqueles que foram flagrados à sombra do banditismo político protagonizado pelo partido.

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