Dilma critica aumento salarial do Judiciário e classifica decisão do Senado como “lamentável”

dilma_rousseff_517Hora da verdade – Contrariando os ufanistas discursos da campanha de 2014, quando afirmou aos eleitores brasileiros que o País estava em situação confortável em termos econômicos, a presidente Dilma Rousseff, em visita oficial aos Estados Unidos, classificou de “lamentável” e “insustentável” o projeto aprovado pelo Senado, na terça-feira (30), que concede reajuste de até 75% ao Judiciário A petista afirmou também que o projeto compromete o ajuste fiscal. Antes de sua declaração, o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) informou que o governo vetará a proposta.

“Nós achamos lamentável, porque é insustentável em um país como o nosso, em qualquer circunstância, dar níveis de aumento tão elevados” afirmou Dilma.

“Essa proposta de reajuste aprovada pelo Senado é incompatível com a realidade econômica do Brasil de hoje, na qual várias empresas, vários trabalhadores estão enfrentando dificuldades no setor privado”, declarou o ministro do Planejamento, que lembrou que o projeto em questão foi enviado ao Congresso por Joaquim Barbosa, então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), quando a situação econômica do País era distinta.

Barbosa pode dizer o que bem entender, até porque o Brasil ainda é uma democracia, que como tal contempla a livre manifestação do pensamento, mas é preciso lembrá-lo que a presidente da República mentiu de forma escancarada durante a corrida presidencial, a ponto de sua vitória nas urnas ter sido acertadamente classificada como estelionato eleitoral.

Apesar de ter criticado a decisão do Congresso, que mostrou estar a presidente isolada politicamente, Dilma preferiu amenizar o discurso e disse que a votação faz parte da democracia. “Eu tenho que agradecer ao Congresso. Uma parte expressiva do ajuste fiscal foi aprovada. Eu acho que tem hora que vocês criam um clima que não existe”, declarou a presidente, em clara referência aos jornalista, como sempre culpados pelos desacertos do governo mais corrupto da história nacional.

Mantendo a diplomacia, até porque postura truculenta a essa altura dos acontecimentos não resolve, Dilma disse que não discutiria o veto antes da hora. “Eu tenho que respeitar os procedimentos legislativos.”

Segundo os cálculos de Nelson Barbosa, a proposta aprovada pelo Senado, se não vetada pela presidente, aumentará o gasto púbico em R$ 25 bilhões até 2018. O governo negocia já iniciou negociações com o Judiciário para emplacar proposta alternativa, que estabelece reajustes menores e somente a partir de 2016. A oferta inicial do governo foi de aumento pouco além de 21%.

No momento em que o governo e o Partido dos Trabalhadores estão cada vez mais atolados em escândalos de corrupção, virar as costas para o Judiciário já está sendo considerado como um tiro no pé. Considerando que Dilma está à frente de uma administração incompetente, perdulária, paralisada e corrupta, a melhor solução para a presidente é a renúncia imediata, algo que a petista, segundo pessoas próximas, não cogita, pelo menos por enquanto.

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